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Copacabana não engana

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Tenho sonhado muito com Copacabana*, que há tempos frequenta minhas memórias. Se me pedissem para simbolizar o mais democrático bairro do Brasil, eu mostraria a foto que ilustra a coluna de hoje. Não fui eu quem fiz, mas nos anos 70 cliquei uma muito parecida, 7 horas da manhã, dia de semana, no Leme que, para mim, Copacabana também é.

Os leitores que, em tese, coleciono ao longo de mais de 40 anos de jornalismo sabem que amo minha cidade, Niterói. Mas também sabem do meu amor, jamais secreto, por Copacabana, onde morei esporadicamente umas três vezes (incluindo o Leme), dos anos 70 até hoje.

Foi em Copacabana que entrevistei Nara Leão pela primeira vez. Lembro que quando entrei em seu apartamento fui tomado por um vendaval de emoções pois ali, naquele salão de frente para a avenida Atlântica, nasceu a bossa nova. Pensei em meu hoje amigo Roberto Menescal, com Ronaldo Boscoli, Tom Jobim, Carlos Lyra, todo mundo ali no sal, céu, sul, as três marcas da bossa que acabaram redesenhando um novo Rio de Janeiro, novo Brasil, a partir de Copacabana.

São dezenas de anos de contrastes urbanísticos e sociais convivendo harmonicamente pelas avenidas, artérias, becos, muquifos, palácios, coberturas, areia, mar. Copacabana é um patrimônio da pluralidade humana em sua mais profunda definição, se é que existe uma definição finita para isso. Em Copacabana amei muito e, apesar de todo escalavrado, descia a pedra do Leme quase todas as noites direto em direção a uma carrocinha da Geneal onde comia várias daquelas minipizzas com minha namorada, final dos anos 70.

E também ia a praia, ia a pequenos bares ouvir bossa nova, percorria a noite a calçada interna onde, volta e meia, sentava numa mesa de um restaurante chinês barato e comia aqueles quitutes cheios de óleo que nunca me fizeram mal. Copacabana nos protege.

Minha ideia era escrever uma homenagem ao bairro, mas acabei migrando para uma trilha existencial porque meu inconsciente entrou em cena e tomou conta da situação. Como esquecer do dia em que fui ao “sítio” onde morava Roberto Menescal e família? Sim, um grande apartamento térreo na Nossa Senhora de Copacabana, com um quintal com mais de 100 metros de extensão, cheio de árvores, micos e pássaros. Em plena Copacabana.

E no dia do meu aniversário, 18 de fevereiro de 2006, como jornalista assisti aos Rolling Stones em frente ao Copacabana Palace tocando para mais de um milhão de pessoas. Eu, Jamari França, Lula Tiribás e outros a menos de cinco metros do palco, dando a impressão de que Keith Richards tocou para a gente. Só em Copacabana.

Tenho muito mais a dizer, mas textos na internet não devem ser muito longos, dizem os especialistas. Meu amor incondicional por Copacabana encheu meu cofre de momentos felizes. Ah, sim, o Copacabana Palace, que frequentei uma época por conta de inúmeras entrevistas que eram realizadas naquele charmosíssimo lobby. Fiquei a dois metros de Catherine Deneuve, que entrevistei, eu acho, pro Estadão. E também Alan Parker, Roger Waters, Ron Wood e uma grande cantora e compositora folk norte-americana, cuja entrevista começou no lobby e terminou em sua suíte onde fiquei internado três dias. Três dias de paz, amor e música. Quem é? Só Copacabana sabe. Sabe e cala.

* Está na Wikipédia - Há várias hipóteses etimológicas para o nome Copacabana. A primeira alega que o termo teria vindo da língua quíchua falado no antigo Império Inca, significando "lugar luminoso", "praia azul" ou "mirante do azul".
Outras fontes apontam o termo como originário da língua aimará falada na Bolívia, significando "vista do lago" (kota kahuana). Nesse país, Copacabana é o nome dado a uma cidade situada às margens do Lago Titicaca, fundada sobre um antigo local de culto inca. Existem relatos de que, nesse local, antes da chegada dos colonizadores espanhóis, ocorria o culto a uma divindade chamada Kopakawana, que protegeria o casamento e a fertilidade das mulheres.
Segundo a lenda, após a chegada dos espanhóis à região, Nossa Senhora teria aparecido no local para Francisco Tito Yupanqui, um jovem pescador, que, em sua homenagem, teria esculpido uma imagem da santa que ficou conhecida como Nossa Senhora de Copacabana: a Virgem vestida de dourado pousada sobre uma meia-lua.

No século XVII, comerciantes bolivianos e peruanos de prata (chamados na época de "peruleiros") trouxeram uma réplica dessa imagem para a praia do Rio de Janeiro então chamada de Sacopenapã (nome tupi que significa "caminho de socós"). Sobre um rochedo dessa praia, construíram uma capela em homenagem à santa. Tal capela, com o tempo, passou a designar a praia e o bairro. Tal capela veio a ser demolida em 1914, para ser erigido, em seu lugar, o atual Forte de Copacabana .

O abandono do Canecão

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Nem as ratazanas estão satisfeitas com o abandono do Canecão, célebre casa noturna carioca que, depois de um longo processo judicial, foi devolvido a sua dona a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela mesma, a que não consegue manter dignamente, sequer, o Hospital do Fundão, onde profissionais de saúde padecem para conseguirem trabalhar.

A UFRJ devia tirar a máscara, a cara de pau e devolver o Canecão para quem sabe trabalhar com entretenimento. Na edição de 8 de janeiro deste ano, O Globo publicou  reportagem de Luiz Fernando Vianna, intitulada “Fechado há 15 meses e nas trevas, Canecão procura nova luz” que dizia: 

“Só há três focos de luz no Canecão: dois sobre o palco e um à esquerda de quem entra naquela que, até ser fechada, em outubro de 2010, era a mais famosa casa de shows do país. O desligamento quase completo da energia é necessário, pois as infiltrações tornam o espaço vulnerável a curtos-circuitos — como já aconteceu. Chuvas fortes provocaram a queda de telhas, molharam o célebre salão e vêm derrubando o revestimento acústico de polipropileno, origem do forte cheiro de mofo.” (...)

“Proprietária do terreno, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu reavê-lo em 2010, após longa briga judicial com o empresário Mario Priolli, que fundou o Canecão em 1967 e era inquilino da instituição. Mas ainda não superou dois empecilhos à reabertura: os problemas judiciais de Priolli e as divergências internas quanto a como geri-la.

Quando a Justiça determinou a reintegração de posse, o empresário paulistano, neto de italianos, foi embora e deixou para trás mesas, cadeiras, o sistema de ar-condicionado e outros bens (depauperados, mas bens). Eles foram penhorados como garantia, já que são muitas as dívidas de Priolli. Enquanto as pendengas não forem resolvidas, a UFRJ não pode usar os equipamentos nem se desfazer deles.”

“A Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), cuja diretoria tem filiados a partidos como PCB, PSTU e PSOL, é contra a parceria com setores privados e pede um "projeto cultural para a cidade com cara própria, inovadora", segundo seu presidente, Mauro Iasi. Mas muitos professores, como representantes de Letras, da Casa da Ciência e da Editora da UFRJ, aprovam a entrada de recursos externos, embora a gestão deva ser pública.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ — cujo leque partidário inclui PT, PDT e PSB — está afinado com a Adufrj e diz que basta "vontade política" para dinheiro federal ser injetado no Canecão.

Dentre os alunos, o GLOBO ouviu representantes do Diretório Central dos Estudantes e da Associação de Pós-Graduandos. Há quem considere saudável a abertura nos fins de semana para eventos comerciais, mas todos defendem controle público, para que eventuais receitas externas fiquem na UFRJ.”

Papo aqui, papo ali, muita enrolação, e o Canecão jaz apagado, largado, chutado para escanteio. Até quando?


Jimmy Page ou Jimi Hendrix?

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Texto restaurado e reeditado

Quando acabou o papo que Maria Juçá (Circo Voador), Márcia Bulcão (ex-Blitz) e eu tivemos meses atrás numa palestra sobre nos 80, um leitor/ouvinte me abordou. Ele lembrou que eu disse uma vez, na Globo FM, onde tive um programa chamado Soft Rock depois de ter montado o projeto da primeira fase da rádio (1985) que não sabia quem é (falo no presente porque o legado dos dois está aí) o melhor guitarrista da história do Rock: Jimi Hendrix ou Jimmy Page.

Foi bom esse ouvinte ter tocado no assunto porque, anos atrás, quando Robert Plant e Jimmy Page lançaram o fantástico case (DVD e CD) chamado “No Quarter”, cheguei, finalmente, a conclusão: Jimi Hendrix é o melhor do mundo segundas, quartas e sextas e Jimmy Page terças, quintas e sábados. Domingos? Metade para cada um.

Ambos tem o blues como essência, alma, referência, razão de viver e tudo mais. Hendrix é feroz, visceral, animal e também doce, sutil, e navega à bordo de uma genialidade crônica. Nunca foi reconhecido como grande cantor porque sua guitarra estava acima de tudo. Nunca fez nada mais ou menos ou razoável. Sua obra é genial de ponta a ponta.

Page, que segundo Carlos Santana é o Stravinsky da guitarra, desde os 15 anos de idade ganha dinheiro como músico de estúdio. Foi nos gigantescos estúdios ingleses, em especial da EMI, gravando trilhas para 007 e outros clássicos do cinema, que Jimmy Page desvendou os segredos, enigmas, feitiços dos estúdios e transportou para a sua guitarra.

Quem assistiu ao filme “A Todo Volume” (disponivel em DVD legendado no Brasil, distribuído nas boas locadoras), um documentário sobre um “papo” entre Page, Edge e Jack White viu as cenas do criador do Led Zeppelin, adolescente, de terninho à frente de gigantescas orquestras, sendo chamado de James Patrick Page.

Ou seja, Hendrix e Page foram morar numa cobertura no Olimpo de nossos heróis e de lá não irão sair. Influenciaram (e inflenciam) gerações e mais gerações de guitarristas e, inegavelmente, até o próprio Jeff Beck (que ele não me leia) dá umas “hedrixiadas” de vez em quando. Acho que respondi ao ouvinte, que é leitor deste blog também.


Porranca geral em rede nacional

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Texto restaurado e remixado

Como quem não quer nada, provavelmente subornando pelas beiradas, a máfia do álcool recolocou as garras de fora. A propaganda de bebidas destiladas, que estava banida da TV, voltou e, pelo vi$to para ficar. Tempos atrás, a multinacional Johnny Walker veiculou nas principais emissoras um comercial esplêndido que mostrava o Pão de Açúcar levantando e, como um gigante, saia andando em direção ao mar. No final do anúncio a mensagem “o gigante não está mais adormecido”. Atualmente uma fabricante de vodca veicula um anúncio tão bêbado que lá pelas tantas um dos personagens mergulha dentro de uma moldura de quadro na parede. Nos jogos de futebol não são raras as placas de propaganda de cachaça na beirada dos campos.

Enquanto em todo o mundo desenvolvido a guerra contra o alcoolismo chega as vezes ao radicalismo extremo, no Brasil, onde quase 50 mil pessoas morrem anualmente no trânsito (80% por causa de quem dirige bêbado) estão afrouxando o nó descaradamente. Como já disse lá em cima, há sinais de que a máfia da birita deve estar molhando, muito bem, a facção do governo que libera seus comerciais, sempre usando jovens de 20 e poucos como atores.

A tal Operação Lei Seca, todos sabemos, é útil mas, só pega biriteiros eventuais. Os manguaceiros “profissionais” tem até GPS informando onde há blitz, escapam dessas operações e saem por aí bebendo e matando.

Não é para estranhar. Há tempos que a cerveja é tratada como se fosse refrigerante. Os anúncios vão ao ar em horário nobre, sempre associando a imagem de jovens esportistas, comedores, etc. Em um desses comerciais, graças a cerveja, o interior mórbido de uma baleia se transforma em boate. O mesmo ocorre naquele em que os viciados se jogam no mar infestado de tubarões para pegar uma caixa de cerveja. Ou seja, vale tudo por um gole. Essa é a mensagem.


Se os governantes fossem sérios tomariam uma decisão radical (como foi a dos anúncios de cigarros) e baniriam de vez o marketing do alcoolismo. Mas é nessas horas que vejo que ainda estamos muito longe de nos tornar uma tribo civilizada. Mesmo que o gigante da Johnny Walker diga “Keep walking, Brazil”. 
A corrupção não quer saber quem mata ou quem morre. Quer a parte dela e que se dane o resto. Todo mundo sabe que cerveja é álcool, pega pesado, mas inexplicavelmente ($$$$$$$) é tratada como bebida inofensiva pela Lei. 

Conheço alguns ex-alcoólatras que só bebiam cerveja. Nas lojas de (in) conveniência dos postos de gasolina (onde obviamente deveria ser proibido vender bebida) o que mais vejo é cafajestinho de moto comprando ice vodka e cerveja. Ohhhh, a lei diz que é proibido beber dentro da loja, ohhhh. Eles bebem do lado de fora. E saem, em disparada para matar ou morrer. O governo? Dorme sobre os bilhões da corrupção e que se dane o avião. 

Assisti de novo ao filme Faroeste Caboclo

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Texto restaurado e reeditado
Assisti de novo (em DVD) ao filme “Faroeste Caboclo”, de René Sampaio. Não é um filmaço mas está longe, muito longe, de ser um fiasco. Filme bom! O elenco é o grande destaque, especialmente Fabrício Boliveira como João de Santo Cristo, Ísis Valderde (espetacular como Maria Lúcia) e Antonio Caloni que mata a pau como um policial corrupto. Outros destaques: o uruguaio Cesar Troncoso como Pablo e Felipe Abib, como Jeremias.

Todo mundo sabe, mas é bom lembrar que o filme foi inspirado no clássico “Faroeste Caboclo”, de Renato Russo, lançada pela Legião Urbana em 1987, mas em nenhum momento o filme sequer lembra ou fala da banda. O filme se passa em Brasília entre o final dos anos 70 e 1981.

Nota zero para o som na versão para cinema. Muitos diálogos praticamente são impossíveis de entender. Achei que o cinema brasileiro já tinha superado essa grave distorção, mas pelo visto não. Em suma, vale o ingresso.

Resenha do site Adoro Cinema: “João (Fabrício Boliveira) deixa Santo Cristo (sertão nordestino) em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás.

Na capital conta com o apoio do primo e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um emprego de carpinteiro.


Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder.”

The Who pode tocar no Brasil na tour de despedida? (artigo com quase 50 FOTOS!!!)

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 Ingresso de Mauricio Valladares































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Em 2015, The Who vai comemorar na estrada os 50 anos de seu primeiro disco, “My Generation”. A tour será a despedida da bombástica e genial da banda fundada por Pete Townshend.

Será que ao menos na despedida a banda vem tocar no Brasil? O que se especula é que o Who não atrai os empresários locais que temem que eles não consigam lotar grandes espaços, o que é uma verdade. The Who tem muito público por aqui, mas não o suficiente para superlotar o Engenhão ou Morumbi. Sejamos realistas.

Além disso, endeusada no mundo todo, a banda não vai barganhar seu cachê e tocar em lugares pequenos. Nada a ver. The Who gosta de tocar para multidões. Tanto que numa entrevista o “Evening Standard”, que o Globo traduziu, Townshend diz que em 2015, em tour mundial, a banda quer tocar em lugares onde nunca esteve, como países do leste europeu.

O Brasil estaria nesse bolo? Não, porque o que custa caro é atravessar o Atlântico, mas caso Argentina e Chile entrem no pacote a coisa começa a melhorar.

Fato é que em 2015 vou assistir a minha banda preferida desde os 11 anos de idade. Não sei onde, mas vou. E aproveito para convidar a todos para lerem um artigo que publiquei no UOL sobre os 40 anos do álbum “Quadrophenia”. É só clicar aqui, ler e, se der, deixar um comentário lá.


Turnê de 50 anos será a última do The Who
(Evening Standard/O Globo)

RIO — Paul McCartney, Rolling Stones, Rush, Roger Waters, Bruce Springsteen, Bob Dylan, U2, Black Sabbath... Nas últimas décadas todos os grandes nomes do rock trouxeram seus shows ao Brasil, menos o The Who. E 2015 deve ser nossa última chance. O guitarrista Pete Towshend disse ao Evening Standard que a turnê de 50 anos será a última da banda britânica.

“No aniversário de 50 anos nós vamos fazer uma turnê mundial”, disse Townshend, no lançamento do documentário “Sensation”, sobre o álbum “Tommy”. “Será a última grande turnê para nós. Ainda há muitos lugares onde não nos apresentamos. Seria bom ir para a Europa oriental e outros lugares que não nos ouviram tocar os velhos hits.”

O Who começou a carreira em 1964 e o no seguinte lançou seu primeiro álbum, “My generation”. Logo a banda se tornaria uma das mais populares da Grã-Bretanha, alcançado status semelhante ao de Beatles e Rolling Stones. O grupo construiu sua fama com álbuns como “A quick one” (1966) e “Who’s next” (1971) e as inovadoras óperas-rock “Tommy” (1969) “Quadrophenia” (1973), além de apresentações incendiárias nos principais festivais da época — a banda era conhecida por destruir seus instrumentos no palco.

Da formação original, estão vivos o guitarrista e principal compositor, Pete Townshend, 68 anos, e o vocalista Roger Daltrey, 69. O baterista Keith Moon morreu de overdose em 1979, com apenas 32 anos. O baixista John Entwistle, considerado um dos melhores da história do rock, morreu de infarto em junho de 2002, um dia antes do início da turnê americana do Who naquele ano.

Recentemente, a banda fez uma turnê especial do álbum “Quadrophenia”, lançado em 1973. Após uma série de apresentações nos EUA, o último show aconteceu em julho, no estádio de Wembley, em Londres.


Assista:

A conexão Varginha, ou, é difícil ouvir boa música mas ela existe

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Texto restaurado e reeditado

Comprei por oito reais um par de protetores de ouvido Nexcare, da 3M. Está disponível em farmácias e são muito úteis nesses tempos de vagabundagem musical, além, é claro, de nos livrarem dos primatas que utilizam indevidamente, por exemplo, celulares com rádio em transporte público. 
Recomendo. São ótimos, minúsculos, imperceptíveis, confortáveis.

É lógico que respeito o direito das pessoas comprarem Michel Teló, Luan Santana, Thiaguinho, a picanha lamentavelmente falante chamada Anitta e dezenas e mais dezenas de outros que navegam nos turbulentos mares do baranguismo cultural. No entanto, prefiro não atirar pedras e buscar opções.

Sempre foi assim. Historiadores dizem que desde que “inventaram” a música popular, as mais cultuadas pelos povos são de péssimo gosto. Aqui no Brasil, não há uma fase, um período de exceção. Primeiros lugares sempre foram ocupados por barangas, mas fazer o que? Nada? O que é isso? Vamos buscar as opções no chamado mercado alternativo que está sempre cheio de coisas valiosas. No mainstream, vulgo esquemão, escapam, felizmente, Tulipa Ruiz, Moska, Caetano, Gil e muito mais do que uma meia dúzia de todas as gerações.

Para se ouvir boa música no rádio, antes da invenção do streaming da internet, era uma luta. Hoje, você acessa www.radios.com.br e escolhe uma entre milhares que são oferecidas no maior cardápio de opções radiofônicas do mundo. Radios.com.br é sensacional e fica na cidade de Varginha (MG), terra dos E.T.s. Tem radio de bossa nova, rock, blues, jazz, samba, chorinho, notícias, efeitos especiais, tudo da melhor qualidade. É só dar um clique. Tem de tudo, até transmissão ao vivo de sessões de chibatadas em países que usam o chicote como punição legal. Em tempo, o E.T. virou símbolo da cidade.

Destaque também para a Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles (http://ims.uol.com.br/radiobatuta) que traz o melhor da tradição da MPB e ainda a Radio Vitrola (www.radiovitrola.net) com a nata de tudo que é bom em vários universos.

As cidades estão cheias de shows em circuitos alternativos que revelam ótimos artistas. Vale conferir. Em outras palavras, da mesma forma que a música ruim, chula, de baixa qualidade impera no chamado esquemão, a música boa, limpa, gostosa, de todos os gêneros e estilos sempre arrebentou e vai continuar arrebentando nos circuitos e mídias periféricas. É só correr atrás.


Deu no UOL: Após barrar livro, Roberto Carlos diz ser favorável a biografia sem autorização

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Pois é, meu amigo, tem gente que deve estar arrancando a mata atlântica com alicate. Em entrevista a colega Renata Vasconcellos, do Fantástico, Roberto Carlos disse que autorizar biografia é uma questão de “vamos conversar”.

Até “Roberto Carlos em Detalhes”, do jornalista Paulo Cesar de Araújo, cassada pelo rei e incinerada em 2006, pode entrar na tal “conversa”. 

Ou seja, caso Roberto Carlos e o autor entrem num acordo, o livro pode retornar. Claro, caso aconteça a conversa do jornalista com o rei alguns pontos do livro deverão ser suprimidos. Se Araújo concordar, quem sabe o livro banido vira best seller de Natal?

Matéria do UOL:

Roberto Carlos falou pela primeira vez sobre a polêmica das biografias não autorizadas e demonstrou uma postura mais flexível sobre o assunto ao dizer que é a favor do projeto de lei que pede a modificação do artigo 20 do Código Civil.

 "Eu sou a favor", disse Roberto em entrevista ao "Fantástico", ao ser questionado sobre o projeto que deve ser votado em breve pela Câmara e o pelo Senado. "Há algum tempo, para você proteger o direito à privacidade, a única maneira era impedir a publicação de uma biografia não autorizada", disse .

O artigo 20 prevê autorização prévia para a divulgação de imagens, escritos e informações biográficas e possibilitou que Roberto Carlos proibisse a comercialização de sua biografia não autorizada, "Roberto Carlos em Detalhes", lançada pelo jornalista Paulo César de Araújo, em 1997.

Além de sinalizar mudança de opinião, Roberto comentou pela primeira vez sobre o acidente que sofreu e que o fez perde parte da perna. A história, ele garante, estará em sua autobiografia, em produção. "Eu estou fazendo minha história. E informando muito melhor", afirmou. "Eu vou contar tudo que eu vejo sentido em contar. Quando eu escrever meu livro, vou contar sobre meu acidente. Ninguém pode contar melhor sobre esse episódio do que eu. Isso aí só eu sei".

Com a entrevista, Roberto parece se distanciar de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque e Djavan, que fazem parte do grupo Procure Saber. Liderado pela empresária Paula Lavigne, o grupo defende a autorização prévia e até mesmo a participação nos lucros de vendas.


Os biógrafos afirmam que informações erradas e injustas devam ser questionadas juridicamente, mas defendem que o Código atual atenta à liberdade de expressão.

A arrogância de Luiz Felipe Scolari

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Mais um ataque e ameaça, com beicinho, de abandonar uma entrevista coletiva no meio. O técnico da seleção de futebol do Brasil, Felipão, se estourou com a pergunta de um repórter. É bom lembrar que jornalistas são pagos para perguntar. Mais: a pergunta não foi ofensiva e nem grosseira.

O repórter indagou se ele, Felipão, foi técnico da seleção de Portugal e Parreira de várias outras mundo afora, por que um jogador (que não conheço) chamado Diego Costa que optou em jogar no time da Espanha, não poderia ter feito essa opção?

Felipão deu um ataque, subiu nos tamancos disse que a pergunta não tinha nada a ver, ia abandonar a entrevista coletiva mas voltou.

O técnico recebe milhões da CBF, uma entidade paraestatal que, no fundo no fundo, é bancada por nós, torcedores, que enchemos os bolsos de gente assim de grana, muita grana. Em contrapartida, recebemos chiliques, coices. Pior: tem gente que adora “esse jeitão estúpido de ser do Felipão”.

Qual é? Qual é a dele? No fundo, no fundo, nós somos seus patrões. Ou não? Ou estou errado, totalmente equivocado? Somos nós os panacas ou ele? Escrevam nos Comentários.

O ególatra vampiriza ideias

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Texto restaurado e remixado

Vamos lá. Ególatra, segundo o Michaelis: “aquele que cultua o próprio eu; praticante da egolatria”.Pois é, meses atrás encontrei um ególatra na rua. Eu estava andando rápido pelo centro da cidade em direção a uma livraria e o ególatra vinha no sentido contrário. Vinha sozinho, é claro, porque ególatras são seres socialmente insulares. Tentei escapar, mas quase fui atropelado por um táxi. Caí no alçapão. O cara me encheu o saco por exatos 53 minutos de monólogo, já que ególatras não conversam, eles ditam regras, procedimentos, enfim, montam o diálogo.

Contou uma longa história que na verdade pertencia a outra pessoa. Explico. Ele disse que fez vitorioso projeto na área ambiental que todo mundo (ou quase todo mundo) sabe que é de autoria de outra pessoa. Só que essa outra pessoa morreu e o ególatra simplesmente vampirizou o projeto. Assumiu como dele. Inclusive, andou tentando vender para algumas empresas que, alertadas, não fecharam o negócio. O pior é que esse protozoário continua andando por aí, sempre babando ovos, puxando sacos dos poderosos, milionários, de preferência corruptos. Como diz um amigo meu “essa laia é como tatu. É só ver um buraco que entra”.

Ele se convidou para tomar um café e já que eu estava junto acabei indo. Estávamos na rua do Ouvidor. Falando (de si) sem parar, papos envolvendo delirantes milhões de dólares, ele pediu o café, pediu o adoçante, pingou na minha xícara, mas eu estava tão absorto diante daquele espetáculo imbecil e calhorda que deixei rolar. Para o ególatra não existe tu-eles-nós-vós-eles. Só existe o EU.

“Eu fui ver Roger Waters no Morumbi, ele disse, fiquei na primeira fila e durante vários minutos percebi que Roger tocava olhando para mim. Já aconteceu isso com você?”, perguntou misturando o cafezinho. Eu disse que não. Ele fez uma cara de “só comigo porque sou f*$@#&*%oda, isso não é para qualquer um”. O pior da história foi quando ele me confidenciou: “muito entre nós porque, você sabe, sou low profile, mas Roger Waters me procurou e pediu que eu ajudasse na escolha do repertório do show”. Doença? Não. Transtorno mental? Não. É mau caratismo mesmo.

Eu, eu, eu. Eu fiz, eu comi, eu fui, eu voltei, eu decidi, eu...cof! cof! cof! O ególatra teve uma crise de tosse e golfou na calçada. O dono do bar, grosso pra cacete, não fez por menos: “porra, isso aqui não é lugar de bêbado”. O ególatra não reagiu. Estava transtornado com o vexame. O vexame de ser gente. Gente comum, que teve uma crise de refluxo, sei lá. Pediu que eu pagasse os cafés e saiu correndo, literalmente. O dono do bar olhou pra mim com uma cara esquisita, resmungou, eu disse “o cara passou mal, mas não estava bêbado”, o homem deu de ombros e iniciei o caminho de volta a praça 15 para embarcar no catamarã.

Pensei no ególatra. O que é pior? Sofrer de baixa estima, se achar um cocô, um réptil e mesmo assim brilhar, fazer coisas, acontecer ou se achar um Nero, um clone dos outros, um estelionatário existencial, uma versão bípede do Olimpo e não fazer coisa alguma? Sim, porque 100% dos ególatras que conheço estão existencialmente falidos. Mulher nenhuma atura e, no trabalho, podem ter QI de 200 mil mas logo são mandados embora porque rapidamente assumem a postura de “donos do estabelecimento”, quando na verdade são empregados. Ahhhh, pobre de ti se “xingar” um ególatra de empregado. Ele vai quebrar o espelho. Na sua cara.


OAB de Niterói vê população apavorada diante da ação dos bandidos e falta de policiamento permanente. Pede providências e critica ainda a Justiça

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Recebi este Informe da Ordem dos Advogados do Brasil de Niterói:

 O presidente da OAB de Niterói, Antonio José Barbosa da Silva, lamenta novamente a falta de providências efetivas para reduzir o índice de criminalidade na cidade, que está assustador. Atribui à falta de policiais militares  o perigoso crescimento dos assaltos dos mais variados modos, com destaque para a ação dos bandidos motorizados.

 Afirma que hoje em  dia a pessoa sai  à rua de comunidades pobres ou abastadas e não sabe se volta para  casa,  vivo, ferido ou depenado em bens,  tamanha a onda de violência. É uma lástima e cabe ao governo do estado aumentar o efetivo policial, pois o Estado do Rio não se restringe tão só à capital.  Por efeito da pressão policial no Rio,  Niterói sofre a migração da bandidagem que encontra campo fértil para agir por falta de um combate duradouro e efetivo da polícia.

 Revela que o deficiente número de homens tem a obrigação de policiar ainda o município de Maricá, hoje cidade com crescimento vertiginoso em população e em economia.

Antonio José entende ainda que deve haver uma ação integrada com o policiamento de São Gonçalo, porque são cidades que formam um conjunto de bairros que  se comunicam. Hoje  ninguém sabe mais qual é a divisa entre Niterói e São Gonçalo, tamanha a conurbação.

 A OAB de Niterói tem feitos encontros com as autoridades responsáveis pela segurança e, apesar das boas intenções e algumas medidas implantadas,   observa que no fundo a realidade violenta não muda por falta exclusivamente de maior número de policiais e  viaturas.

 O presidente da Ordem de Niterói espera que o governo estadual passe a olhar com maior atenção o drama que está vivendo a população do lado de cá da baía devido aos assaltos  de  todos os calibres.

 Antonio José critica ainda a Justiça por soltar os presos, por qualquer pretexto. Hoje a polícia agarra um assaltante ou um destruidor de patrimônio público e privado e o judiciário solta  com uma tremenda rapidez, o que acaba dificultando a ação da polícia. Lembra que busca qualquer vírgula colocada em lugar errado para conceder a liberdade.  

Os urubus nas redes sociais

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Texto restaurado e remixado.

Tempos atrás, meio tarde, meio cedo (ainda não cheguei a conclusão se meia noite é cedo ou tarde), estava no Facebook conversando com pessoas visíveis, invisíveis, reais, virtuais e tudo mais. Logo que acessei o FB notei que a caixa de mensagens estava cheia e das oito ou 10, umas quatro eram do mais indigno baixo astral.

Percebi que as pessoas que estavam depositando ali seus rancores, ódios, complexos e similares contra a Humanidade eram as mesmas, transformando aquele lugar, entre aspas, numa espécie de caderneta de poupança de fracassos. Ou lixão de desesperança. Gente que usa as redes sociais para estragar o ambiente, todo dia, toda hora. Não, não estou falando das pessoas que desabafam, que compartilham problemas, mas das viciadas em tragédias, em negativismo, em pessimismo, provavelmente amantes do jornalismo mundo cão.

O que fiz? Impensadamente, confesso. Deletei todas as hienas da minha lista. Digo impensadamente porque se eu fosse refletir mais cinco ou 10 minutos com certeza ia relevar, argumentando para mim mesmo que “coitado, deve estar passando por uma fase difícil”. Mas, o ato impensado contra-argumentou que tem gente que está em fase difícil desde que nasceu por uma razão muito simples: gosta de gemer. Gosta de reclamar. Gosta de criticar na base do azedume. E, numa boa, com toda a franqueza, eu não sou telhado pra urubu largar barro em cima.

Deletei os personagens e escrevi no próprio Facebook dizendo que não agüentava mais baixo astral e que, por isso, tinha feito uma devassa em minha lista de “amigos”, degolando vários. Sob a montagem visual, escrevi um texto em maiúsculas: “FIZ UMA LIMPEZA NA MINHA RELAÇÃO DE AMIGOS AQUI NO FB. DETONEI TODOS OS PESSIMISTAS, NEGATIVÓIDES, GENTE DE MAL COM A VIDA QUE EM VEZ DE PARTIR PARA CRÍTICAS CONSTRUTIVAS DECIDIU OPTAR PELA LAMÚRIA, PELO FARFALHAR DO "DESGRACISMO". BASTA!!! NÃO TENHO MAIS SACO.

EGOÍSMO? NÃO. O NOME DISSO É QUALIDADE DE VIDA. CHATO VOCÊ DIZER QUE ESTÁ CHOVENDO E OUVIR O CRI CRI CRI DOS GRILÓIDES. AÍ VOCÊ FALA QUE ESTÁ UM BELO DIA E CRI CRI CRI. NÃO AGUENTEI. SAÍ DETELANDO, SUAVEMENTE. NUMA BOA. NÃO FOI EXPURGO A LA MAO TSÉ TUNG.”

Para a minha surpresa, no dia seguinte lá 46 comentários apoiando o que fiz. Sim, 46! Ou seja, quando os reis da animação inventaram a hiena Hardy Ha Ha (“ó vida...”) sabiam que havia demanda.

Criticar é fundamental. Por exemplo, um dia desses choveu e o trânsito deu um no em toda a região metropolitana do Rio hoje. Filas quilométricas nas barcas. Muita gente reclamou, com razão.


Não estou condenando o senso crítico, ou o desabafo de um mau momento, que todo ser humano tem. Eu limei, passei a foice, nos viciados em baixo astral, “droga” que a meu ver está entre as piores porque é transmitida pelo ar e acaba contaminando. Estou longe de ser um alienado que fica soltando pipa perto de cabos de alta tensão. Mas, usar redes pessoais, sociais e até pensamentos que servem única e exclusivamente a lamúria, aos horrores, ao “tudo está errado”, tô fora. 

O rock brasileiro não existe

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 Mutantes
Mutantes
Gil

Estou começando a escrever um novo livro. De rock. Ou melhor, sobre o rock. Vai sair no outono/inverno do ano que vem, e mais à frente darei mais detalhes.

Uma coisa que está fechada em minha cabeça é a NÃO existência do rock brasileiro. Da mesma forma que não acredito (pelo menos nunca ouvi) na existência de samba americano. Sérgio Mendes chegou perto, mas no fundo, no fundo, o que ele fez e faz é totalmente made in Brasil.

O que temos no mercado é rock do Brasil, um conceito radicalmente diferente do rock brasileiro, que já existiu, sim. Foi no auge da tropicália, quando nomes como os Mutantes eletrificaram o sangue brasileiro e conseguiram fazer a química. A canção “2001” é um exemplo vivo de rock brasileiro. “Domingo no Parque”, de Gil, também. Depois da Tropicália, vieram exemplos isolados como Sá, Rodrix e Guarabira que conseguiram fazer a alquimia.

Antes, a Jovem Guarda traduzia hits americanos. Mesmo as músicas autorais eram completamente Made in USA, o que, por sinal, não é problema algum. Só não foi, nunca foi, rock brasileiro. Mesmo o bem batizado B Rock, dos anos 80, eram assumidamente versões de tendências e estilos internacionais.


Onde quero chegar com essas afirmações? Não sei. Talvez a certeza de que o rock brasileiro existiu um dia, mas hoje não resta nada, mais nada, nem um acorde. Problema? Nenhum! Viva o Rock do Brasil!
                                   

O jornalismo e o mundo cão

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Trabalho na mídia há mais de 40 anos. Comecei muito novo e de cara quase desisti quando um de meus chefes me mandou fazer uma reportagem tipicamente mundo cão. Puro sangue, desgraça, tragédia, tpo um homem que matou a mulher a machadadas. Saí para fazer a tal matéria mas, na verdade, peguei um ônibus, a barca e voltei para casa. Escrevi uma carta para o chefe comunicando que havia jogado a toalha, que não era esse tipo de jornalismo que estava em minhas intenções e, por isso, voltei a estudar com a cabeça voltada para a medicina.

O que eu não esperava é que o tal chefe ligaria para a minha casa querendo conversar. Na minha família ninguém sabia que eu estava pulando a cerca, me enroscando com mídia, jornais, rádios e por isso dei sorte de atender o telefone. O chefe queria conversar. Fui lá na redação e voltei a trabalhar, mas na editoria de cidade, mais tarde cultura, mas, logicamente, sempre que acontecia uma tragédia monumental todo mundo entrava na história. Cobri várias. Várias.

Por isso fiquei mobilizado quando assisti na TV Globo um boletim ao vivo do colega Márcio Gomes, direto das Filipinas. Quando ele disse que estava faltando água e comida também para jornalistas, quase liguei para Cezar Motta, amigo e ex-colega (foi meu chefe na Rádio JB AM, lendária, nos anos 70) porque o Marcio estava descrevendo uma situação que a maioria de nós já viveu: é quando o narrador vira personagem.

A barra é muitíssimo pesada em situações como a das Filipinas, da tragédia das serras aqui no Estado do Rio há três anos, enfim, a cara do monstro é hedionda. Você fica andando entre corpos, escombros, na esperança de poder dar uma boa notícia, mas nada (ou pouco) acontece. E a situação só piora, só se agrava, os saques, os crimes paralelos, as noites “dormidas” em cima de papelão e o desespero que transforma todos em saqueadores já que a fome de sobrevivência é maior e muito mais avassaladora do que conceitos éticos.

O estranho é uma sensação que bate na gente de querer estar lá, mesmo em condições sub-humanas para exercer o jornalismo. Quando o Japão viveu aquele tisunami (a usina de Fukushima quase acabou com o Japão), o colega Roberto Kovalick também passou o maior sufoco, com a diferença de não estar cercado por milhares de esfomeados dispostos a, literalmente, come-lo vivo em prol da sobrevivência.

Esse tipo de jornalismo é limpo, necessário, útil. Nada a ver com o mundo cão. Esse tipo de jornalismo ajuda, controla a fome de algumas autoridades que só pensam em garfar verbas internacionais, enfim, é uma atividade brilhante. Márcio Gomes está de parabéns porque (ele sabe disso), por sua experiência, sabe que está prestando um serviço e não sabe se estará vivo meia hora depois. É isso aí.


100.000 acessos! Muito obrigado!

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Velocímetro para você checar se está tendo a velocidade que paga a seu provedor


Este blog atingiu a marca dos 100 mil acessos em dois anos. Muito obrigado a vocês que confiam no meu trabalho, prestigiam essa oca digital, enfim, esse espaço é de vocês e essa marca, 100 mil, muito me comove.

Mais: ao longo do tempo a quantidade de acessos só cresce a cada mês, aumentando, muito, a minha responsabilidade. Afinal, vocês são causa e consequência da existência da COLUNA DO LAM. Por e-mail, comentários e também no Facebook, sugerem temas, criticam, elogiam, participam.


Espero continuar merecendo a visita de todos. Sempre! Afinal, o blog não é meu. Há tempos pertence ao mundo. Mais uma vez, muito obrigado!

Um blog sobre rock

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Velocímetro para você checar se está tendo a velocidade que paga a seu provedor. Clique em "teste sua conexão".

Ouça:



Algumas pessoas me escrevem perguntando por que este blog não é sobre rock. Respondo que o rock, como postura existencial, cultura, atitude de vida, está impregnado em mim desde o dia em que nasci. Logo, todas as minhas observações de fatos, delírios e outras manifestações, estão banhadas de rock.

Além disso, volta e meia falo de um assunto ligado a música rock, que vive tocando aqui no computador, na rua, no carro. Como também o piano improvisado e genial de Egberto Gismonti e Keith Jarret, mais a bossa nova de Roberto Menescal, o regional autêntico e não universitário que acho maravilhoso, enfim, outros gêneros, outras notas de preferência libertárias.

O livro que comecei a escrever (leia o que escrevi em “O rock brasileiro não existe”), esse sim, é sobre músicos de rock. São pequenas críticas, muitas graves outras agudas, sobre nomes que passam e passaram em minha vida. Um livro que pretende mostrar a trilha sonora que rege várias gerações que, um dia, pensaram em virar o mundo de cabeça para baixo. Acredito que, pelo menos, 20% disso conseguimos.


Transformar este blog, COLUNA DO LAM, em uma coluna de rock é, portanto, desnecessário porque ele, o rock, está em tudo que faço, penso, admiro, critico. É isso aí.

A dissimulada e confusa autobiografia de Pete Townshend

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Lançada em outubro, com quase 500 páginas, a autobiografia de Pete Townshend, escrita por ele, levou mais de 17 anos sendo feita. Terminei de ler, me afastei do livro uns cinco dias e depois reli.

Meus leitores, ouvintes, telespectadores, pessoas especiais que me acompanham, sabem que sou fã do cara. Desde os 11 anos de idade. Mas a condição de fã ardoroso não me torna um fanático cego, surdo e mudo, como um dos principais personagens de Townshend, Tommy, protagonista de sua primeira ópera-rock gravada e lançada por sua banda, The Who, em 1969.

Ao longo de sua autobiografia, Townshend optou por um texto sinuoso, quase dissimulado, como uma cascavel desviando de pedras no deserto. Ele explica, logo no início, que chegou a escrever mais de mil páginas. O livro foi editado degolando 500 páginas e, nessa operação, muita coisa deve ter sumido. Incompetência editorial é o nome deste fenômeno.

Por exemplo, Townshend não se refere a seu sensacional primeiro disco-solo, “Who Came First”, de 1972. Cita “All The Best Cowboys Have Chinese Eyes” uma única vez, e a partir de um determinado ponto trata sua banda, The Who, como um fardo cansativo, brochante. Se ele debochou, dançou. O que nos passou foi isso: The Who, para Townshend, é sacal, uma montanha que ele leva nas costas, apesar de, na tour em 1989 por exemplo, ele informar que pôs no bolso (lucro limpinho) um milhão de libras por semana! Imaginem hoje.

Também não conseguimos concluir se, por exemplo, o produtor Kit Lambert foi um amigão ou um moleque. Townshend é dúbio o tempo todo em relação a ele. Até com relação a Keith Moon, que ele afirma que era um pentelho, fica a dúvida se ele era grande amigo do maior e mais importante baterista da história do rock. Apesar de Towshend escrever que nas gravações de “Who Are You”, (último álbum do Who gravado por Moon, que morreu semanas depois do lançamento, em 7 de setembro de 1978), Keith pegou empurrado, atravessou direto, praticamente não conseguiu tocar. Aí eu pergunto: será?

Com relação ao problema de acusação de acessar sites de pedofilia no início dos anos 2000, pelo que entendi (o livro é muito dissimulado e creio que, provavelmente, problemas de tradução podem tê-lo transformado num tratado sobre a confusão) Townshend ia escrever sobre o assunto e, ingenuamente, clicou num site feito para pedófilos, seres hediondos, como ratos e nazistas. Townshend conta que a polícia levou seus 11 computadores (dele e de suas empresas) e, meses depois, concluiu que as máquinas estavam limpas. Ou seja, Pete Townshend é inocente. Isso está claro. Se não fosse inocente (na época li uma entrevista do chefe de polícia do caso inocentando o músico) eu teria jogado todos os meus discos do Who (e dele) no esgoto.

Outra falha. Sua primeira mulher Karen, mãe dos três filhos do músico, Emma, Aminta e Joseph, depois de muita confusão, some no livro. Desaparece. Não rola aquele “aí nós nos separamos, etc etc etc”. De repente surge Rachel Fuller, que está com ele até hoje.

Townshend é um gênio? É. E quem está falando não é um fã, mas um jornalista e radialista, um reles técnico. Seu livro é bom? Mais ou menos. 
Esperava muito mais. Ele empurrou muita coisa privada abaixo (corte de 500 páginas? Falhas na edição brasileira? Auto-censura?), inclusive uma abordagem mais profunda de “Quadrophenia” que é tratado quase que a meia bomba, ao contrário de “Tommy”, citado página sim, noutra também. Outro injustiçado é seu álbum-solo “Empty Glass”, um dos melhores discos que já ouvi. Townshend prefere ficar enchendo nosso saco tentando convencer que “Iron Man” e “Psychoderelict” são sensacionais (não gosto desses discos) e que sua mulher Rachel é um gênio musical incompreendido.

No livro ele elogia várias vezes o conceituadíssimo jornalista e biógrafo Dave Marsh, que publicou a melhor bio do Who. Por que Townshend não fez a sua biografia com Marsh, que poderia entrevistá-lo (como fez Keith Richards com James Fox) e depois passar para o texto? Com certeza sairia muito melhor.

Ano que vem lerei de novo. Espero traduzir o confusionismo townsheniano e, quem sabe, descobrir mais informações relevantes neste labirinto editorial que é o livro de Peter Dennis Blanford Townshend.



Micos trazidos da Bahia devoram pássaros e desequilibram o ambiente no Rio e em Niterói

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Não tem limites a imbecilidade humana. Nos anos 1980, espíritos de porco trouxeram da Bahia duas espécies de micos que são carnívoros. Eles comem filhotes de passarinhos e ovos, ameaçando sabiás, sanhaços, bentevis e rolinhas do Rio e Niterói de extinção.


Pior: alguns asnos ainda dão comida para esses micos, cuja população em Niterói (me informam veterinários )já passou das mil espécies. No Rio, mais de 10 mil. Tentando a salvação, os passarinhos pedem socorro ao mesmo ser humano que teve a boçal ideia de, mais uma vez, descacetar o equilíbrio ambiental. Estão fazendo ninhos dentro de apartamentos, em áreas densamente urbanas.

Por isso, ouço sabiás cantando perto de minha janela e, em determinado momento, comemorei. Erro! O canto é de desespero. Sabiás vem para a cidade fugindo dos algozes símios da Bahia que alguns bípedes escroques trouxeram de lá.

As perguntas que me rondam: 1- Como vão resolver o problema? Li no jornal que começaram a castrar esses micos, mas já informaram que é muito difícil capturá-los; 2- Por que as pessoas dão comida aos símios, interferindo diretamente na cadeia ambiental?; 3 - Por que os imbecis trouxeram esses micos da Bahia para cá? Qual era o objetivo?


Cartas nos Comentários.

Ouvindo (de novo) o Led Zeppelin

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                                          Acústico.
                Zeppelin
    Teresópolis
    Zeppelin
    O Higino
    Um vinil
    Teresópolis mereceu essa placa um dia
    Cenário de nossos verões
Lixamos vários desses vinis

Mais cedo eu estava fazendo a pré-edição do programa CAFÉ PARIS (www.programacafeparis.com.br) que vai ao ar no dia 27 deste mês. Recebi um vídeo raro, gravado mês passado, de uma banda de garotas norte-americanas cantando, muito bem, um clássico do Led Zeppelin.

Não consigo ouvir apenas uma canção do Zeppelin, mesmo que não seja com Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham. A pré-edição rolou normalmente e preparei o material para a edição final, em som surround e tudo mais.

Cheguei em casa e não deu outra. Ouvi várias canções do Zeppelin, com o Zeppelin, que estão espalhadas nos nove álbuns da banda todos de estúdio (de 1969 a 1980), com exceção do duplo, ao vivo, “The Song Remais The Same”, de 1976. São nove obras-primas porque, em se tratando de Page, Plant, Jones e Bonham, não há nada razoável ou bom. É tudo excelente, do cacete, sensacional. 
Impressionante isso.

Não ia escrever esse artigo e sim mandar um e-mail para o amigo, colega e guru de rock Brasil Jamari França. Mas, o desejo/necessidade de publicar emoções, suores, reflexões e, sobretudo, flagrantes da memória não recente é um dos milhares de magistrais efeitos colaterais que o Led Zeppelin traz à bordo de suas canções.

Ouvi o lado mais acústico do grupo. Por que? Não sei. Na verdade ando numa fase existencial acústica, contemplativa, eventualmente insone, totalmente Led Zeppelin. Penduradas nas canções, lembranças de minha adolescência, ouvindo Zeppelin em profusão, lixando LPs de vinil até gastar. Eu, meu irmão Fernando Cesar e nossos amigos de verão na também amada e fiel depositária de nossas vastas emoções e pensamentos imperfeitos da adolescência (obrigado Zé Rubem Fonseca por esse belo título de livro), uma cidade chamada Teresópolis.

Não dá para ouvir o Led Zeppelin e não lembrar dos raios acrilíricos explodindo no Dedo de Deus, minha jaqueta de camurça verde-garrafa, cabelos a la Roger Daltrey (pelo menos era a minha intenção) na altura dos ombros, meu irmão, também cabeludo, passando a vários quilômetros por hora montado numa Yamaha 200 cilindradas azul, que pegava emprestado com um amigo.
Verões de 1970, 1971, 1972, 1973, todos eles foram embalados pelo Led Zeppelin. The Who? Sempre, mas o Zeppelin tinha (e tem) seu espaço em meu coração eternamente teen. Por que não? Por que só os boçais podem se sentir eternamente teens? Ou serei um boçal e não sei disso?

E aí, hoje, ouvi de novo o Led Zeppelin, com direito as novas descobertas que sempre ocorrem a cada audição, mais uma leve e ao mesmo tempo dramática saudade de mim mesmo, de meu irmão, do Marcel da loja de móveis chamada Garagem, do Paulinho, do Renatinho, da Elma, da Helen, da Deinha, Terê, boate Bowling, no Alto, as duas boates do Higino, em especial a do subsolo onde só rolava rock progressivo, escuridão e garras femininas esparramadas em nossos recantos misteriosos e ardentes. E, lá pelas tantas, o discotecário (não lembro do nome, um gordo que sabia tudo de música) despejava um inteiro LP do Zeppelin. Direto. Lá pelas 3 e varada da madrugada. Tocava o Zeppelin, acendia as luzes, íamos embora e o Higino fechava.

Não sei por que não usam mais o slogan "Cidade dos Festivais" para Teresópolis. Assisti a espetaculares festivais de cinema, teatro e música lá. Aliás, uma vocação da cidade que merecia um retorno.

Esse é um dos poderes da música. Transportar no tempo com apenas dois ou três acordes, para lugares onde estivemos, gostaríamos de ter ido ou que ainda iremos. Mulheres maravilhosas que o Zeppelin seduzia para nós e que depois, como um solo de Jimmy Page, descarregavam seus indomados raios, gozos e unhadas de mulheres feitas cheirando a Campari. Sem saberem que eram mulheres feitas e muito menos se era mesmo Campari o que bebiam.


Hoje eu ouvi, de novo, o Led Zeppelin. E poderia virar o dia, a noite, os meses escrevendo. Mas, melhor parar. Melhorar parar e pensar na edição definitiva do CAFÉ PARIS.

Nova remessa de meu livro A ONDA MALDITA - COMO NASCEU A FLUMINENSE FM

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Boa notícia! Mais uma remessa da edição especial de meu livro A ONDA MALDITA - COMO 

NASCEU A FLUMINENSE FM, chegou as livrarias.

Você encontra o livro na Gutenberg Livraria de Icaraí e São Gonçalo.

Em toda a rede da Travessa ou no site da livraria. Link:http://www.travessa.com.br/A_ONDA_MALDITA_COMO_NASCEU_A_FLUMINENSE_FM/artigo/3fe25f23-cc99-4b3b-8105-ac56d2cf452d

E ainda na rede de livrarias Cultura. Link:http://pesquisa.livrariacultura.com.br/busca.php?q=A+Onda+Maldita&common_filter%5BTipo+de+produto%5D=Livros

E no site da editora Nitpress. Link: http://nitpress.webstorelw.com.br/products/a-onda-maldita


A autobiografia do Asterix fluminense

                                                               Arthur Dapieve

                Este livro poderia, quem sabe, começar como uma história do Asterix. Estamos no ano 1982 depois de Cristo. Todo o dialfoi ocupado pelos romanos... Todo? Não! Uma emissora povoada por irredutíveis roqueiros ainda resiste ao invasor.

            No Rio de Janeiro, e em todo o Brasil, as rádios FM viviam num torpor pós-discoteca, afogadas num pop aguado, vagamente derivado da música negra, mas sem o tesão e os brios dela. Era como se o punk nunca tivesse existido. A fase da música popular brasileira mais tradicional também não era das mais atraentes: anos de feroz censura prévia haviam-lhe deixado a boca torta de tantas metáforas rebuscadas.

            Então, no dia 1º de março de 1982, entrava no ar uma nova Rádio Fluminense FM, na versão “Maldita”. Bingo! Nada mais seria como antes. Transmitida a partir de Niterói, contando com um timaço de locutoras e um punhado de programas com grife, a rádio alinhou-se ao rock, que, àquela altura da ditadura, era duplamente rechaçado. Pelo governo, como foco de subversão. Pela oposição, como foco de alienação. Os militares, quem diria, estavam mais próximos da verdade. Rock não era coro de contentes.

            A Fluminense FM, logo, se dedicou tanto ao rock internacional, que vivia um de seus momentos mais provocativos, quanto ao nacional, que afinal estava em vias de ser reconhecido como uma das inúmeras possibilidades de se fazer música brasileira. Sem a Maldita não haveria Paralamas, Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial, Kid Abelha, Blitz, Barão Vermelho, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM, Engenheiros do Hawaii... Ao menos não do modo que os conhecemos hoje. Sem a rádio, e sem sua parceria prática e espiritual com o Circo Voador, armado primeiramente no Arpoador e depois na Lapa, o BRock teria tido mais dificuldades para se afirmar na sensibilidade pátria.

            A onda maldita – Como nasceu e quem assassinou a Fluminense FM , que agora conquista uma nova e bem-vinda edição, é a história dessa aldeia de roqueiros irredutíveis contada por quem estava dentro da paliçada. O jornalista Luiz Antonio Mello formou, com o falecido Samuel Wainer Filho, a versão fluminense de Asterix e Obelix. Por isso, quando escreve sobre a Maldita, escreve sobre a própria vida, sobre as suas próprias vísceras, faz sua autobiografia precoce. Seu texto tem a ira apaixonada – ou vice-versa, a paixão irada – dos que estão seguros de sua missão: combater a guitarradas e baquetadas, os romanos certinhos do dial, os mauricinhos da música.

            É sintomático que Luiz Antonio tenha permanecido à frente da Maldita até 1º de abril de 1985. Meses antes realizara-se o primeiro Rock in Rio, festival que, pelas dimensões, claramente amplificara e indiretamente homenageara a Fluminense FM. Foi ela que, de certa forma, escalou todas aquelas atrações que desfilaram por Jacarepaguá. No mês anterior, tomara posse o primeiro presidente civil depois de vinte e um anos de ditadura militar (certo, era o Sarney, só que era para ter sido o Tancredo Neves). É como se Luiz Antonio tivesse sentido que sua missão estava cumprida e ele pudesse apreciar os frutos do seu trabalho – mas não dormir sobre os louros da vitória.

           


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