Niterói está exportando polícia e importando bandidos?
Senhor Paulo Bagueira,
Ontem publiquei, aqui neste blog, uma carta aberta ao governador do Estado do Rio a respeito do abandono em que a nossa cidade, Niterói, se encontra nos quesitos segurança e saúde.
O senhor deve ter notado, mas as 10 horas da noite as ruas de todos os bairros da cidade ficam desertas, como se inconscientemente, na cabeça da população, ocorresse um macabro toque de recolher dado pela bandidagem.
Escrevo esta mensagem, também aberta, ao senhor porque conheço o seu trabalho no Poder Legislativo há muitos anos. Sei que estou escrevendo para um homem e um político sérios.
Nós, amigos do jornalista, radialista e empresário Alex Mariano Franco, 59 anos, assassinado segunda-feira com um tiro na nuca por bandidos em frente a sua loja (“Fênix”) na rua Visconde de Sepetiba, estamos profundamente tristes e revoltados com a leniência do poder público na cidade. Afinal, senhor vereador, a execução foi por volta das cinco e meia da tarde numa rua movimentada no centro da cidade.
Leio agora na edição on line do jornal O Fluminense:
“Mais uma vítima da escalada do crime em Niterói, um empresário de 46 anos, dono de uma loja no Tower 2000, na Rua Visconde de Sepetiba, no Centro, traz no corpo a marca da violência: uma bala alojada no pescoço. Ele se recupera em casa do ferimento sofrido durante assalto ocorrido na noite do último dia 26, quando foi baleado na Rua Lopes Trovão, esquina com a Avenida Roberto Silveira, em Icaraí.
“Na ocasião, o empresário estava no carro com a mulher e a filha de 17 anos do casal. A família retornava de uma visita a amigos quando foi surpreendida por assaltantes que atiraram quando o empresário fez um movimento para soltar o cinto de segurança.
“O disparo perfurou o pescoço próximo à orelha esquerda e a bala ficou alojada na coluna cervical da vítima, que precisou ficar internada por uma semana no Hospital Niterói D’Or. O empresário não corre risco de ficar paraplégico.
“Segundo a esposa, a família foi abordada por três adolescentes, entre 14 e 18 anos, que estavam escondidos atrás de uma banca de jornal. Dois dos bandidos surgiram à frente do veículo, um armado e uma mulher sem arma à mostra, enquanto o terceiro, também armado, abordou o empresário, exigindo que a família descesse do carro. Nesse momento o disparo foi efetuado. A família conseguiu deixar o local com a ajuda de um taxista que conduziu a vítima ao hospital. (...)”
Senhor Paulo Bagueira, onde vamos parar? O senhor, autoridade máxima do Legislativo de nossa cidade pode, por favor, responder a algumas perguntas que a população está fazendo nas ruas, nas redes sociais, na mídia? Por exemplo:
- Que medidas a Câmara dos Vereadores de Niterói está tomando para resolver esse escárnio?
- Como presidente da Câmara dos Vereadores de Niterói o senhor pode pedir uma audiência ao governador do Estado e exigir dele providências?
- O senhor sabe informar se procede a informação de que, há meses, o governador retira policiais do 12º. Batalhão (Niterói e Maricá) para atender as UPPs, no Rio? É verdade que o contingente do 12º. Batalhão hoje não chega a 900 militares?
- O senhor tem conhecimento de que, por causa das UPPs, bandidos migram em massa do Rio para Niterói transformando nossas vidas num caos?
- Niterói está exportando polícia e importando bandidos?
- Niterói está exportando polícia e importando bandidos?
- Como o senhor analisa a postura do Poder Executivo de Niterói diante dessa barbárie?
Sem mais, atenciosamente, Luiz Antonio Mello