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É urgente o controle da natalidade. O Estado do Rio, por exemplo, superlotou. Não cabe mais ninguém!

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    Vista parcial de algumas favelas do Rio                                                                            
    Cafubá, Região Oceânica de Niterói. A esquerda, em 2005. A direita em 2015                                                                                
Morro do Beltão, Niterói. Foto Pedro Teixeira, O Globo
Vale encosta no muro do condomínio Vale de Itaipu, Niterói. Foto Pedro Teixeira, O Globo
Quem sobrevoa o Estado do Rio percebe que a chamada Região Metropolitana do Rio se tornou um mar de construções irregulares, desumanas, perigosas, antigamente tratadas como favelas mas que o cinismo burguês, aliado ao politicamente correto, mudou para “comunidades”. Choca menos.

Casas penduradas em abismos, prédios de cinco, seis andares construídos de qualquer jeito, devastação das matas, poluição dos rios, para orgasmo dos corruptos que sugam a política.

A miséria sempre foi um ótimo negócio para os moleques do poder e quanto maior a fome, quanto maior a criminalidade, mais “vozes justiceiras” surgem nas anônimas multidões faturando com isso; numa ponta ganhando mandato como parlamentar, na outra faturando bilhões de reais em corrupção com obras superfaturadas.

É lucrativo para a corrupção tratar o controle da natalidade como tabu, crime, medida desumana. Famílias bem planejadas (em todas as classes sociais) significam uma melhor ordenação do Estado, é lógico. Mas os corruptos tem horror a ordem, ao planejamento, ao bom senso porque eles ganham (e muito) na desordem, no inchaço, na desumanidade.

A desgraça para muitos mandatários e maus religiosos precisa ser ampla, geral e irrestrita porque é baseados nela, na desgraça alheia,  é que eles faturam muito. Quando mais miseráveis nascerem, quanto mais miseráveis morrerem, melhor para esses espertalhões que prometem o céu e em troca dão o inferno do roubo, da falácia, do estelionato social.

Obra, obra, obra, BRT, BRT, BRT, metrô, metrô, metrô, UPP, UPP, UPP, UPP, barca, barca, barca, nada resolve os dramas urbanos do Rio. Por que? Porque o Rio lotou, esgotou, não cabe mais ninguém. Quando falo Rio estou me referindo a capital e também região metropolitana e periferia, onde se encontram cidades como Caxias, Belford Roxo, Magé, São Gonçalo e Niterói.

Alguns fenômenos da não-natureza só servem para destruir e a especulação imobiliária gananciosa e desenfreada é um desses fenômenos. Fora do Rio anuncia um paraíso, uma Shangrilá com a população dando beijo na boca esperando o VLT (maquete) no Porto Maravilha (maquete), enfim, uma cidade inventada, cidade cenográfica.

O Rio virou um gigantesco Projac.

Aí, vendem apartamentos de 30 metros quadrados para incautos do interior, ao longo de anos (com o irrestrito apoio das autoridades), e a cidade veio inflando, inflando, inflando até explodir. Caos no Rio (Capital), caos em Caxias, Nova Iguaçu, enfim, onde existe a especulação imobiliária reina o inchaço, a criminalidade, a deformação. Soma-se a isso a falta de planejamento familiar e pou!

Solução? Havia se pudéssemos dar uma esvaziada no Rio o que, evidentemente, é impossível, mas caso os governantes tivessem um grave surto de seriedade (o que é impossível), matariam a especulação imobiliária. Aí, sim, poderíamos começar a conversar.

P.S. – Matéria no Globo-Niterói de domingo:

Sem fiscalização, favelas avançam em áreas nobres de Niterói

Em Itaipu, barracos invadem reserva e, em Santa Rosa, multiplicam-se no Morro do Beltrão

POR RENAN ALMEIDA / LEONARDO SODRÉ
18/05/2015 8:00 / ATUALIZADO 18/05/2015 10:56

NITERÓI — Morador de Santa Rosa há mais de três décadas, o administrador que pediu para ser identificado apenas como Bruno vive num prédio com vista plena para o Morro do Beltrão e pôde acompanhar todas as etapas de expansão da favela sobre a área verde do morro. Viu também o tráfico ganhar força na região e aprendeu a conviver com algumas políticas de boa vizinhança impostas pelos criminosos:

— Não posso deixar vocês subirem no térreo para fotografar. Do alto vocês vão notar o crescimento da favela, mas ao mesmo tempo vão estar de frente para a boca de fumo. Aí, se alguém de lá perceber, pode dar algum problema para o condomínio — pondera Bruno, que acrescenta: — Os próprios moradores são orientados a não ficarem na janela do prédio com o celular na mão.
Embora seja uma favela antiga, quem mora ali se queixa que as construções continuam ocupando novas áreas do morro, na parte da comunidade virada para a Rua Mário Viana. No encosta, muito íngreme, a prefeitura planeja executar uma obra de contenção, mas ainda aguarda a liberação de verba. 

Comparando imagens aéreas de 2005 e 2015 é possível notar a diferença. E a insegurança de Bruno em permitir fotografar o lugar se explica: na última terça-feira houve intensa troca de tiros na área do Beltrão durante a manhã e à noite.
Longe dali, num condomínio em Itaipu, na Região Oceânica, a imagem da desigualdade social é mais escandalosa. A partir dos anos 90, a comunidade do Rato Molhado começou a ocupar o morro aos fundos do Vale de Itaipu. Hoje, casas de luxo e barracos são separados por uma parede.

O condomínio faz fronteira com a Reserva Darcy Ribeiro e com um loteamento que dá na Avenida Central. O empresário José Eduardo mora ali, numa casa próxima à favela e lamenta ter visto árvores sendo postas abaixo no morro em frente à sua casa:

— Fiz denúncias quando derrubaram árvores para construir no morro e não deu em nada. É o absurdo do absurdo.

O síndico do condomínio, Wilson José, acompanhou a aparição dos primeiros barracos ali. Segundo ele, no início dos anos 90 o condomínio tentou em vão murar a área antes de a favelização ocupar os dois lados do morro. Embora o canto dos pássaros às vezes seja interrompido pelo barulho de tiros, Wilson diz que os traficantes vizinhos não levam problemas ao condomínio.

— A gente sabe que 90% dos moradores são de bem. Nunca tivemos problemas por conta disso, cada um vive no seu canto.

O Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos (Nephu) da UFF monitorou durante dez anos, de 2000 a 2011, o crescimento das favelas em Niterói. De acordo com o estudo, a área ocupada por assentamentos precários aumentou 11,30% no período. Em 2000, eram 30.957 domicílios em favelas. Mais de uma década depois já eram 40.655. Já um relatório da Ampla enviado à Aneel para discutir revisão tarifária de 2014 mostra que, em 2008, a empresa tinha 33.386 clientes em áreas de risco. Em 2013, esse número mais do que dobrou, saltou para 71.438, apresentando um crescimento de 113,9%.

 Isso aconteceu porque a ideia que o gestor público tinha era de que não criando moradias de interesse social na cidade não atrairia pobre, mas é uma ideia errada. Para combater a pobreza são necessárias políticas de inclusão e igualdade de renda — destaca a coordenadora do Nephu, Regina Bienenstein.

A prefeitura informou, através de nota, que acaba de concluir um estudo com base em levantamento fotográfico aéreo digital da cidade “que permitirá o monitoramento e controle adequados da expansão demográfica em todo o município”. Ainda de acordo com a nota, o mapeamento das áreas com crescimento desordenado em todas as regiões e bairros está sendo finalizado para a elaboração do novo Plano Diretor de Niterói. Somente após a conclusão desse diagnóstico será possível intensificar as fiscalizações e implementar as ações específicas que visem ao ordenamento desses territórios.

IMAGENS DE SATÉLITE MOSTRAM O CRESCIMENTO DE FAVELAS

O crescimento de algumas favelas em Niterói pode ser constatado através da comparação de imagens por satélite. Num intervalo de dez anos, é possível ver novas construções avançando sobre a mata e encostas em assentamentos precários em diferentes regiões da cidade. Na localidade do Caniçal, no Cafubá, a área verde entre as ruas 415 e Deputado José Luís Erthal foi bastante ocupada e quase desapareceu na última década. No Morro do Cavalão, entre Icaraí e São Francisco, percebe-se aumento do número de casas sobretudo nas partes altas da favela. E no Morro do Beltrão, em Santa Rosa, trechos de áreas verdes não existem mais.

— O Caniçal é uma favela antiga. Se houve o crescimento foi porque o governo não fez a regularização fundiária e urbanística nem construiu moradias populares. As pessoas precisam morar. Assim como a propriedade é um direito, garantido pela constituição, morar também é — destaca Daniel Souza, presidente do núcleo Niterói do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB).

No período monitorado pelo Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos (Nephu) da UFF, de 2000 a 2011, o número de domicílios em assentamentos precários no Caniçal cresceu 47,47%: eram 297, em 2000 e passaram para 438, em 2011. No Beltrão, aumentou 8,23%, saltando de 620 para 271 casas no período. O Nephu apurou um crescimento de 35,20% na área que inclui Cavalão, Vital Brazil e Souza Soares. Entre os bairros de Icaraí e São Francisco, em 2000, havia 1.128 residências em assentamentos precários; em 2011 eram 1.525.

De acordo com o estudo, os assentamentos precários em áreas menores e de formação mais recente tiveram um crescimento percentual maior, mas a expansão foi mais significativa em favelas já consolidadas. A comunidade Cacilda Ouro, no Engenho do Mato, por exemplo, aumentou 241,67%: eram 12 casas, no ano 2000, e passou a ser 41, em 2011. Apesar de um percentual de crescimento menor no Morro do Preventório (29,67%), o aumento no número de residências foi mais considerável: de 1.028 para 1.333. Foram mais 305 casas em dez anos.

— Os assentamentos precários de Niterói ainda não chegaram na situação de descontrole como no Rio. Ainda é possível conter o crescimento e melhorar a vida de quem vive nesses locais. Para isso, é preciso urbanizá-los e fazer a regularização fundiária — alerta a coordenadora do Nephu Regina Bienenstein.
Na área de habitação, a prefeitura informa que desenvolve o programa Morar Melhor, em que 2.774 unidades estão contratadas e/ou em obras. Através de nota, acrescenta que prepara o Plano Municipal de Regularização Fundiária “que vai reverter as irregularidades fundiárias propondo melhorias habitacionais em situação ambientalmente adequada e socialmente justa, ora em fase de licitação”.






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