Prólogo. Os brasileiros sabem votar, sim. Muito bem. Há muito deixaram a condição de massa de manobra, gado eleitoral, etc.
Segundo o TSE começa hoje a vai até o dia 16 o período destinado às convenções partidárias e à definição sobre coligações.
A grosso modo, significa que as eleições para prefeito e vereadores começaram. Na maioria dos casos os partidos irão apenas confirmar nomes.
O que dá para sentir pela enxurrada de, digamos, esgoto na área política é que muitos eleitores estão fartos, cansados, enfurecidos. Combalidos, decepcionados, indignados, deprimidos, muitos vão rasgar a “tradição de votar mal” e vão partir para a renovação. “Não dá mais para ficar como está”, é o que ouço em todos os lugares.
Alguns pontos que a história mostrou serem cruciais na eleição para prefeito e que nós, eleitores (não há poder maior em uma democracia) devemos ficar atentos:
- todos os candidatos apoiados por coligações partidárias fazem negociata. Quem coliga vai querer em troca no futuro uma secretaria, uma licitação carimbada, alguma benesse. Quanto maior a coligação mais negociata, mais jogatina.
- o partido é a bala de prata de um candidato e a sua história é pública. Uma pesquisa no Google, por exemplo, mostra a cara e até a alma de um partido, que em muitos casos vira frequentador assíduo do noticiário policial.
- o partido do candidato é o DNA dele. Quem trocou de partido sem um motivo grave, acha que o eleitor é otário e acredita que ele, o candidato, trocou de essência.
- quem nada fez ou fez lambança em quatro ou oito anos, se reeleito vai continuar fazendo. Ou vai colocar alguém, um drone, para continuar governando a distância.
- o que os prefeitos e vereadores podem fazer para acabar com o racismo, homofobia, pedofilia, milícias, tráfico de drogas? Nada! A não ser espuma, discursos bonitos, de preferência lacrimosos, dramáticos.
Essas mazelas só podem ser extintas através de leis federais. Os municípios podem dar suporte as vítimas e muitas vezes são criadas até secretarias para isso. Infelizmente em muitos casos, ao invés de ajudarem as vítimas, se transformam em cabides de emprego.
- penso que só a nova política pode salvar o país. Ponto. Mas nova política não é abrigo de bandidos ou arautos da incompetência só porque são virgens de urnas.
Um político novo disposto a fazer de tudo para melhorar a cidade, o país, tem a sua história escancarada na internet porque quem não deve, não teme. Quando digitamos o nome, temos acesso a informações dele, de pessoas ligadas a ele e até de pessoas desconhecidas.
Witzel, por exemplo, fantasiou-se de outsider mas lá de trás já vinha armando. É que ele era tão desconhecido que muita gente não se deu ao trabalho de pesquisar. Se todos tivéssemos checado saberíamos que o perigo era muito maior.
Aliás, muitos nomes que emporcalham o país usaram a expressão “nova política” para conseguir voto e se elegerem porque acham que o eleitor é um ingênuo, acredita em noviça rebelde.
A tecnologia oferece dezenas de ferramentas capazes de virar a vida um candidato de cabeça para baixo. Temos a Wikipedia (currículo, referências), as Lives no Instagram, Facebook, You Tube, sites e tudo mais.
Temos um instrumento muito poderoso: a pergunta, na lata. No Brasil a pergunta é considerada ofensa por muitos. Por exemplo, perguntar numa Live “o que o senhor fez em oito anos no poder se nada mudou na área ambiental, na saúde?”, parece xingamento, mas é o exercício do direito da pergunta.
Ou seja, é fundamental nos prepararmos para a eleição de novembro.
P.S. – O que os conselhos tutelares de sua cidade já fizeram de bom?