Em mais um ataque de pelancas, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse ontem:
“Não há nenhuma possibilidade de se pagar 50 milhões de pessoas em três semanas se não existir fila”.
Não adianta culpar CNPJ. O responsável é sempre um CPF, e quem é o CPF que preside a Caixa Econômica?
“Pedro Duarte Guimarães, economista, é ex-sócio do banco de investimentos Plural Brasil.
O banco Brasil Plural é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores, motivo pelo qual a Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal se posicionou duramente contra sua indicação”.
Ou seja, a medida número um seria defenestrar este cidadão abaixo de qualquer suspeita, e nomear um executivo de carreira da CEF.
O funcionário público de carreira, que ingressou através de concurso público, não pode ser confundido com essas piranhas vadias que vivem se dando bem (e ganhando obesos salários) só porque sabem lamber as virilhas do poder.
Fora isso, nós que somos correntistas da CEF sabemos que as agências estão no limite há anos porque o governo não faz concurso. Fantasiado de Dona Baratinha, quando interessa a ele, o governo se faz de moralista, todo certinho, tudo no lugar, virgem em puteiro.
Na agência onde tenho conta impera o mau humor dos funcionários, mas eu procuro relevar (admito que é muito difícil, mas a razão é o que nos difere dos símios) porque dá para ver que há uns cinco para atenderem a 90, 100 pessoas em fila crônica. Impossível não esperar uma hora e meia com a senha na mão.
O que irrita, e muito, é a arrogância, os ares de fodões dos seguranças de uma empresa contratada que ainda não engoliram um coquetel molotov aceso porque isso aqui não é México e os clientes não são do cartel de Sinaloa.
Posso falar? Se Sinaloa governasse o Brasil...deixa pra lá. Conheça um pouco nas séries “Ozark” e “Narcos”, da Netflix.
Quinta-feira, na Penha, houve início de quebra quebra em uma agência da Caixa porque, com a fila quilométrica, os funcionários saíram no horário (quatro da tarde) e fecharam a agência.
Não sei de que maneira isso foi comunicado a plebe enfurecida, sofrida e o escambau na fila. Mas a plebe sabe que a culpa não é dos funcionários e por isso começaram a quebrar a agência que, em tese, é nossa. E não funciona porque a CEF está sucateada. Por que? Porque querem falir para vender fácil em xepa de feira de Alcântara ou Ceilândia, como um Fuscão no Juízo Final.
Quer um consolo? Vá ao espanhol Santander. A mesma coisa, moedor de carne de gente e de parcos bancários escravizados levando esporro do povo que, com razão, só não parte para o quebra quebra porque tem medo. De quatro, o governo lambe glande dos bancos, faz o que eles mandam, como um vergonhoso amarra cachorro, aplaude lucros semestrais de bilhões de causar inveja ao falecido concorrente Pablo Escobar.
Ouvi falar daquele Onyx Lorenzoni no tempo em que ele habitava a treva do baixo clero da Câmara dos Deputados. Baixo clero é o apelido da horda imprestável de políticos que vive no limbo esperando uma bocada.
Onyx é o ministro responsável pelos R$ 600,00, entendeu?
Mas, vamos as sugestões objetivas para solucionar o problema das filas.
- contratar funcionários temporários (aposentados concursados) e determinar que todas as 1.600 agências da Caixa funcionem 24 horas. De domingo a domingo, para atenderem a massa que os presidentes (da Caixa e do Brasil) querem que se foda.
- gratificação de 30% de salários dos servidores concursados da CEF por conta do esforço de guerra. Por que eles não?
- Determinar que o Banco do Brasil e todos os outros bancos estatais façam o mesmo. Contratação emergencial de funcionários temporários e abrir todas as agências 24 horas, de domingo a domingo. Afinal o tal Banco do Nordeste, por exemplo, existe para que?
- se em 10 dias a situação não melhorar, incluir os bancos privados no regime de emergência. Abertos 24 horas, de domingo a domingo, com funcionários temporários contratados pelo governo.
Antes de desejar um bom dia à todos, explico porque o Brasil é muito, muito, muito rico. Aqui vai a manchete do site Viomundo de junho do ano passado:
“Vale, Bradesco, Gerdau e outras empresas acumulam dívida de quase R$ 1 trilhão com a Previdência”
Trecho da matéria:
“O montante da dívida das 118,7 mil empresas chega a R$ 935 bilhões (quase R$ 1 trilhão), de acordo com relatório do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/RS).
A PGFN relacionou as 118.714 empresas com dívidas ativas referentes a Cofins, CSLL e PIS superiores a R$ 100 mil, entre as quais figuram a Vale, a maior devedora, com R$ 12,7 bilhões, a Samarco (R$ 287 milhões, bancos como o Bradesco, que comercializa previdência privada e tem interesse direto na reforma da Previdência (para a qual deve R$ 1,5 bilhão); e a Gerdau.”
Coitadinhos.
P.S. -
Entreouvido no banheiro do quarto andar do Planalto.
Santander – vamos fazer uma meia?
Governo – como?
Santander – eu entro com o pau e o povo com a bunda.
Governo – genial!