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Rio, 54,8 graus. E há quem goste

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Recentemente estava em um restaurante com amigos, a noite, e começou a fazer calor. O gerente havia desligado o ar condicionado porque passava das 22 horas e justificou como “contenção de despesas”.

Eu não estava jantando, só batia papo, mas quando a conta chegou, salgadíssima, vi a ira tomar conta dos olhares dos comensais. Afinal ninguém é tolo e, claro, a despesa com o ar condicionado está incluída na conta, o que configura ganância.

Tem sido assim em muitos lugares. Para economizar luz o ar condicionado é regulado para deixar o ambiente fresco e não frio como tem que ser. Muitos cinemas, em especial nas últimas sessões, tem tentado aplicar o que podemos chamar de “golpe do leque”. Ventinho morno soprando.

Você consegue imaginar um cinema sem calefação no inverno de Anchorage, maior cidade do Alasca? E um táxi, um uber, um 99? E um restaurante? Claro que não. Por que, então, aceitam restaurante quente, cinema quente, teatro quente aqui no sudeste do Brasil?

Terra de lendas, o Brasil sustenta uma bem interessante que provavelmente você já deve ter escutado. Algo do tipo “a cidade fica num vale, é linda, a noite nem precisa de ar condicionado no verão”. Mentira! No sudeste do Brasil não existe lugar nenhum que não seja quente. Ou morno. Brisa fria? Cascata.

A verdade nua é que quando o medidor do ar condicionado está acima dos 22 graus o ambiente está quente e acima de 25 insuportável. Esse papo de economizar dinheiro com a nossa saúde dava pé no tem em que não havia desmatamento, aquecimento global e sensação térmica de 54,8 graus, como hoje no Rio.



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