Senhor Presidente,
O Brasil não o conhecia até sua primeira eleição como vice da sra. Dilma Rousseff ao longo de um mandato e meio, mas não vou discutir esse assunto agora porque o que sinto é um misto de nojo, piedade, revolta com a covardia que está sendo feita com o funcionalismo do Estado do Rio de Janeiro, em especial aposentados e pensionistas.
Não vou relembrar as razões que provocaram a queda de seis ministros seus, mas todo mundo sabe que essa quase inominável covardia que acontece no Estado do Rio é fruto da corrupção, incompetência, indolência, praticadas por pessoas que eram muito próximas do senhor, todas do PMDB (com exceção da sua presidentA que era do PT). Uma dessas pessoas, o ex-Governador Sérgio Cabral, está preso em Bangu 8, mas falta muita gente. Muita gente.
Caso queira refrescar a memória, Senhor Presidente, converse com o seu braço direito, seu ministro Moreira Franco, que já foi governador do Estado e conhece bem o lodaçal. O genro dele, deputado Rodrigo Maia, o aprendiz, presidente da Câmara, (que vai sentar na sua cadeira caso o senhor sofra impeachment em 2017), também já conhece os labirintos da política fluminense ou não teria chegado onde chegou. Outro mestre no assunto é o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é de Alagoas. E em matéria de política, Alagoas e Rio de Janeiro são almas irmãs.
Senhor Presidente, tem assistido os telejornais? Tem visto o flagelo, a miséria, a revoltante situação do funcionalismo fluminense que não recebe seus salários e é obrigado a viver de esmolas? E os aposentados e pensionistas do estado, Presidente? Gente que trabalhou e contribuiu para a sua previdência a vida toda não consegue pagar remédios e comida. Remédios que nos seus governos com o PT o preço subiu mais do que em todos os períodos da história republicana.
Tem gente morrendo, Senhor Presidente.
O noticiário não exagera. O que está acontecendo no Estado do Rio é quase um genocídio. De um lado o governador e a Alerj tentam cobrir rombos provocados por eles mesmos, mas ouço no rádio que está mantida a verba para o lanchinho da tarde dos deputados. São R$ 58 mil por mês presidente! Os carros oficiais (todos novos, cada um custa R$ 70 mil), mais motoristas e gasolina pagas, mordomias, esta tudo de pé. Qual é o critério?
Sabemos que se o senhor quiser chama os seus técnicos da Fazenda e eles dão um jeito de assumir os salários do funcionalismo, ativos, aposentados e pensionistas do RJ, até a coisa melhorar. Que tal fazer “cheques pré datados” dos royalties do petróleo que a União repassa, SÓ PARA PAGAR SALÁRIOS? Se há como dar um jeito de no meio desse genocídio moral e administrativo de salvar “lanchinho de deputados” e suas "carruagens" como não achar uma fórmula de salvar fluminenses que estão a beira da fome, pelo menos provisoriamente.
Aliás, Senhor Presidente, como constitucionalista que é, pode explicar por que um estado com calamidade financeira decretada, hospitais, bombeiros, polícia funcionando a míngua, ainda não sofreu ainda uma intervenção federal?
São as chamadas “coisas da política”?