Não era preciso ser Pitonisa para prever, no final dos anos 1990, que num curto espaço de tempo, as rádios na internet iriam matar as FMs convencionais. É o que já acontece em todo o planeta, segundo TODAS AS PESQUISAS que mostram as chamadas webradios (ou satélite rádios) subindo e as FMs desabando. Nos anos 1970 a FM começou a sangrar a AM, frequência que está mortinha da silva.
No Brasil não é diferente. Com o avanço das webradios, mais os serviços de streaming e a chegada, agora, da Apple Music que contratou a peso de ouro os melhores radialistas ingleses para tocarem o projeto (todos estão morando em mansões bancadas pela Apple em Los Angeles), as FMs minguam. Mais: em vez de tentarem reagir indo para frente, para cima, as chamadas emissoras do “público jovem” e adulto contemporâneo preferem optar pelo atraso, velhas e manjadas fórmulas do gênero “vitrolão” que ouvinte nenhum aguenta mais.
Para que a Apple não reine sozinha, outra gigante vai investir no mercado de Satélite Radio em 2016: Android (leia-se Google) vai oferecer várias emissoras com loução e destinadas a diversas faixas de público. Em pesquisa encomendada pela MTV norte-americana foi revelado que o brasileiro é o segundo povo mais curioso do planeta quando o assunto é música. Em primeiro lugar estão os australianos. O que as rádios cariocas (não tive ânimo de ouvir as do resto do país) fazem? Entopem o dial de velharias forçando a audiência a fugir para a internet.
Ando muito de táxi e ônibus. Nos táxis, aumenta cada vez mais a quantidade de carros sintonizados em webradios via 4G e 3G. Nos ônibus, muitas linhas já contam com wifi. A Via Dutra, que liga o Rio a São Paulo, tem wifi em todo o percurso. Você entra num ônibus e vê a cena; a maioria do passageiros com os pequenos fones de seus celulares espetados no ouvido, ouvindo rádios na internet, ou suas músicas preferias. Tudo, menos velharia e decadência.
A quantidade de rádios na internet é avassaladora. Acesse www.radios.com.br e confira. Tem de tudo para todos: música clássica, missa católica, música folclórica do Afeganistão, atos religiosos em mesquitas do Oriente Médio, enfim vale conferir.
Em matéria de rádio só ouço a CBN e a Bandnews (no horário de Ricardo Boechat), mesmo assim via internet. Há mais de 10 anos não tenho mais receptor de rádio em casa. Eu e milhões de outros brasileiros.
Em 1995 o genial Alvin Tofler lançou “ Powershift: As Mudanças do Poder”. Ao longo de 616 páginas o mestre prova, por A + B, que o século 21 seria regido pelo conhecimento. Bingo, Mister Tofler! Hoje o que difere a qualidade das mídias, das lojas, dos aviões é o CONHECIMENTO. Subentende-se que os imbecis já estão sendo deletados.
Mauricio Valladares é outro que saiu da FM e entrou de sola da Web e arrebenta com o seu programa Ronca Ronca em www.roncaronca.com.br . Eu mesmo voltei ao rádio com o programa “Expresso da Madrugada”, de meia noite as seis da manhã, de domingo a domingo,na Radio Cult FM Ponto Com (www.radiocultfm.com). Poderia ficar a noite e o dia todos citando outros exemplos.
Fato é que a web já impera e as FMs convencionais estão naufragando. Não sou eu quem digo, mas as frias, duras, drásticas e honestas pesquisas. Viva Alvin Tofler! Viva o poder do conhecimento! Viva Powershift! Viva a internet!