Mais uma pesquisa mundial mostra o naufrágio do livro digital surrado e humilhado pelo livro de papel. No resto do mundo, o motivo é afetivo. As pessoas querer pegar o livro, cheirar o livro, manusear, guardar. No Brasil, os poucos leitores reclamam, com razão, do mau negócio. Se lá fora (EUA, por exemplo) um livro de papel que custa R$ 30,00 custa R$ 5,00 aqui o mesmo de R #0,00 custa R$ 21,00. Não vale a pena.
Dizem que no Brasil os jovens não lêem livros. Na verdade isso é uma deslavada mentira. Não só os jovens, mas quase ninguém lê por aqui. Estava pensando em ir a Bienal lá no Riocentro, mas pensei, pensei, pensei, os imensos congestionamentos me vieram a cabeça, mais estacionamento a quilômetros de distância, gente pra cacete, retomei a leitura de um livro e desisti.
No Brasil quase ninguém lê (melhor do que antes dos anos 1980 quando ninguém, sem o quase, lia) porque não há estímulo. Mais: livros são caros pra cacete, culpa...pra variar a culpa é do governo e seus impostos, taxas, dificuldades. Mas, bem ou mal, o livro está mais presente.
Desde 2004 sou um cliente assídio do maior sebo da América do Sul, www.estantevirtual.com.br, onde compro livros a preços bem interessantes, mas na hora do frete, crau! Já fui frequentador radical da Livraria Gutenberg em Icaraí (Niterói) do Antonio Gomes, mas o problema é que eu nunca comprava um livro só. Chegava a caça de um e levava três, um vício saudável, eu sei, mas pera aí.
Mas em homenagem a crescente vitória do livro de papel sobre o digital no mundo todo (a surra é implacável) voltarei a frequentar a Gutenberg, mesmo que levre três livros e mais um. Ainda comprei uma nova estante porque não sei montar aquilo e não acho alguém que vá a minha casa em horários em que estou.
Alé disso, ainda sinto um certo trauma por causa do episódio que descrevi em http://colunadolam.blogspot.com.br/2015/08/a-kombi-branca-meus-discos-meus-livros.html
E viva o livro de papel!