Se fosse aqui do lado, no Chile, haveria quebra quebra. Chilenos não tem sangue de barata e muito menos os argentinos. Com a cara deslavada, conhecendo a nossa indolência traduzida como “índole pacífica” (covarde?) pelos colonizadores, o governo vai recriar o imposto sobre o cheque, vulgo CPMF, para bancar a corrupção que literalmente quebrou o país.
Li no Globo Online duas manchetes: 1 -Governo federal deve ficar com 90% da nova CPMF; 2 - CPMF: governadores querem recursos para a saúde. E assim cavalga a molecagem, a falta de respeito, a ousadia deslavada dos que detém o poder. Pior: gente que foi colocada onde está pelo voto direto; no Planalto, no Congresso, nos governos estaduais, assembleias, prefeituras, câmaras dos vereadores. Os caras não deram golpe, não puxaram o tapete. Assumiram o poder com a força do voto direto.
A CPMF, batizada de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira,foi criadaem 13 de julho de 1993por Itamar Franco, que se arrependeu depois mas e daí? No início o governo afanava 0, 25% mas hoje vai embolsar 0,38 %, arrecadando R$ 80 bilhões por ano. Bacanal generalizada enquanto o povo de índole pacífica, masoquista por natureza, sangra para pagar IPTU, ISS, IPVA, INSS, Duda, IOF, IR, ITCMD, ITBI, e por aí vai, ladeira acima, sempre!
Se fosse aqui do lado, na Argentina, estaríamos na Praça de Mayo, a essa altura atirando coquetel molotov, berrando, chutando e não de quatro, submissos, quietos como é o nosso caso. Apesar do governo do Brasil ter desistido de mim há tempos, continuo brasileiro e, como todo mundo, terei que contemplar essa facada da CMPF recriada para abastecer o contêiner da corrupção, esvaziado por operações como a Lava Jato.
Até quando?