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Novo normal: cinema a R$ 65,00 ou a R$ 27,00?

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   Coluna desta semana no jornal A Tribuna – 31-05-2020

O Estado do Rio (nós!) elegeu uma constelação de medíocres (e safados) e isso aqui tinha virado uma guerra civil.  Melhorou com o programa Segurança Presente, mas se for comprovado desvio de dinheiro na pandemia (parece piada!) poderemos ter o sexto governador preso. Significa que tudo irá para o espaço porque tem o longo processo de impeachment, vice....

Para piorar, o presidente e seus filhos em pé de guerra com o governador não terão a menor cerimônia em acabar com o Estado do Rio (com a população dentro) em nome do ódio e da vingança. Por muito menos já destroem o país.

A pandemia vai mudar drasticamente as reações de mercado. Antes, para esparrecer, as pessoa pegavam um cineminha, por exemplo. Tudo bem. Entrava no carro (tinha que ser um modelo popular para não atrair a verdadeira mandante, a bandidagem), pagava quase 15 reais de estacionamento no cinema e comprava o ingresso (R$ 31,00), apesar da sala de espera estar quente porque parece que o ar condicionado não está funcionando direito (mentira, é economia de luz).

Próxima etapa: comprar um saco médio de pipoca e uma garrafinha de água mineral pequena: R$ 15,00. Entra na fila, espera, espera, espera, chega a sua vez. Pega a pipoca, a água e caminha para a entrada do cinema onde um funcionário diz que o sistema de projeção pifou.

Podiam ter avisado antes? Sim. Mas sabem como é a incompetência. Antes de ir para a roubada a vítima tentava falar com o cinema por telefone, mas ninguém atendia. Podiam ter avisado na bilheteria? Podiam. Ou, quem sabe, lá fora no estacionamento para a vítima não morrer em R$ 12,00. Afinal, vivemos um tempo de fartura tecnológica. O sujeito peida aqui e sentem o fedor em Bangladesh.

O pessoal do estacionamento explica (?) que devido aos assaltos agora os clientes tem que pagar antes de entrar e não na saída. Consolo: um rabisco no ingresso autorizando a entrada em outro dia, quando o sistema provavelmente voltará funcionar. Ou, então, pegar o dinheiro de volta, como determina o Código de Defesa do Consumidor.

Dia seguinte. Apesar de ter percebido que entrou em festa de vara fantasiada de bunda a insistente vítima retorna ao cinema com o ingresso rabiscado. Fila na entrada da sala. Quando chega a sua vez, o porteiro (na verdade peão do gado), mal humorado diz “tem que pegar a autorização na bilheteria” e desconsidera o rabisco. A vítima caminha até a bilheteria, consegue validar o ingresso e finalmente entra no cinema...onde está sente um pouco de calor, provavelmente porque o ar condicionado está com problemas (mentira, é economia de luz - 2).

Por isso é melhor ficar em casa e assistir Netflix, ou ir a casa de amigos. Para começar, não há estresse. Depois, a economia. Nessa odisseia descrita acima a vítima desembolsou, no total: consumo de saúde – imensurável; R$ 31,00 do ingresso, mais R$ 12,00 do estacionamento, mais R$ 15,00 da pipoca, mais R$7,00 da gasolina. Total? R$ 65,00.

Um mês de Netflix (isso mesmo, um mês!) custa em torno de R$ 27,00 com um invejável cardápio de filmes e séries, sem estacionamento, aporrinhação, gente mal humorada, ar condicionado “pifado”, etc. Fora o Netflix, o sistema de aluguel de filmes do You Tube é espetacular e está disponível para TVs com aceso a internet. Lá você assiste, por exemplo “O Regresso” pagando R$ 10,00, por 24 horas, “Elvis & Nixon”, R$ 14,00, enfim, um gigantesco catálogo de filmes.

Não é só ir ao cinema que virou rali. Em qualquer grande casa de shows no Rio paga-se em torno de R$ 100,00 para assistir pelo telão, já que lá de trás não se enxerga (e ouve) nada. Mas quem quiser desembolsar R$ 250,00 ou R$ 300,00 assiste lá na frente, onde muita gente fica batendo papo de costas para o artista no palco e teclando no whatsapp. Fora estacionamento, gasolina, provável congestionamento.

Por isso, vai mudar tudo depois a pandemia. Ficando em casa as pessoas sacaram que não é necessário se submeter a muitas situações. Tirá-la de casa ficará cada vez mais difícil. E, diz a lenda, a tendência e piorar.




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