# Concordo com o amolador de facas, parado ali na esquina. A canonização da Irmã Dulce é a única boa notícia do Brasil nessa maré de treva.
# Tem razão. Essa coluna anda meio parada, mas vai voltar como aquele sabiá da música chata pra cacete de Chico Buarque e Tom Jobim que quase provocou o maior suicídio coletivo da história do ocidente em 1968, no Maracanãzinho. Mas o sabiá aqui da coluna está mais para sanhaço, aflito, ansioso, mas animado.
# Ultimamente sou todo ouvidos, coração e mente para o lorto da Rádio AONDA (www.radioonda.com.br ) minha e de meus sócios Marcelo Oliveira e Marcelo Siqueira. Essa Coluna aqui, que também é gostosa, anda enciumada e tal, mas a rabiola da ONDA transtorna qualquer mortal. Mas, o sabiá voltou. Eu acho.
# Não tenho entendido as notícias. Quer dizer que houve um derramamento de petróleo que está contaminando o nordeste todo e estão dizendo que é apenas de um navio? Nem cem Titanics causariam tamanha lambança.
# Invejável a capacidade de congestão alheia dos políticos brasileiros. Pega fogo na Amazônia e em 10 minutos os governadores chegam a Brasília caçar dinheiro. Agora com essa cagada do petróleo no nordeste o governador Sergipe apareceu na TV exigindo dinheiro. O problema é que Brasília arria a calcinha e dá.
# A imprensa é odiada pela esquerda, pela direita e pelo centro. Sinal de que a imprensa vai bem, obrigado.
# Ou, como disse Millor Fernandes: “Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”
# E assim cavalga a humanidade. Trecho de um artigo do escritor José Eduardo Agualusa, no Globo:
“Um escritor é convidado para conversar com estudantes de uma prestigiada escola particular, em São Paulo. Aceita. Ao chegar, tem a recebê-lo um grupo de professoras, simpáticas, mas parecendo um pouco aflitas. Dizem que gostariam de falar com ele antes do encontro com os estudantes. “Temos um pequeno problema com um dos seus romances”, explica a diretora, abrindo um livro e apontando uma passagem na qual um camponês faz sexo com um cabrito. “O senhor entende?”
O escritor não sabe o que dizer. Não esperava aquilo, mas sim, pode entender o desconforto. Antes que diga alguma coisa, uma das professoras adianta-se:
“É que não foi consensual, certo?”
“Não foi consensual?”, murmura o escritor, duvidando dos seus ouvidos.
A diretora, uma mulher magra, muito pálida, apoia a primeira:
“Não, não foi consensual! Ele nem sequer perguntou ao cabrito se queria fazer sexo…”(...)
“Um estupro!”, sentencia a diretora, indignada. (...)
Aqui, o artigo: https://glo.bo/33peRZZ
# É lógico que a censura do governo voltou, conforme foi anunciada na campanha presidencial pelo candidato que venceu com 1/3 a favor, 1/3 contra, 1/3 em cima do muro. Mas há uma censura nem um pouco velada que pune cidadãos que não rezam na cartilha do que Brizola chamou, muito bem, de “UDN de macacão”. Um comando que padroniza ideias.
Resumindo, por causa dessa milícia (que não é pequena), hoje não teriam existido Carlos Zéfiro, O Pasquim, Rádio Fluminense FM Maldita, Perdidos na Noite (programa hilário que lançou Faustão na TV), Mussum, Zacarias, Costinha...que merda, hein?