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Nova remessa de meu livro A ONDA MALDITA - COMO NASCEU A FLUMINENSE FM chegou as livrarias

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               Capa                                     
               Sobrecapa

O livro está nas seguintes livrarias: Gutenberg (Icaraí e São Gonçalo) Travessa (toda a rede). Para comprar pela internet clique neste link: http://www.travessa.com.br/A_ONDA_MALDITA_COMO_NASCEU_A_FLUMINENSE_FM/artigo/3fe25f23-cc99-4b3b-8105-ac56d2cf452d

Livraria Cultura (toda a rede) ou neste link::http://pesquisa.livrariacultura.com.br/busca.php?q=A+Onda+Maldita&common_filter%5BTipo+de+produto%5D=Livros

Quem preferir adquirir na editora Nitpress é só clicar neste link: http://nitpress.webstorelw.com.br/products/a-onda-maldita 

Aqui, o texto que o grande Arthur Dapieve escreveu na orelha de meu livro A ONDA MALDITA - COMO NASCEU A FLUMINENSE FM e que muito me honrou:

A autobiografia do Asterix fluminense

Arthur Dapieve

Este livro poderia, quem sabe, começar como uma história do Asterix. Estamos no ano 1982 depois de Cristo. Todo o dial foi ocupado pelos romanos... Todo? Não! Uma emissora povoada por irredutíveis roqueiros ainda resiste ao invasor.

No Rio de Janeiro, e em todo o Brasil, as rádios FM viviam num torpor pós-discoteca, afogadas num pop aguado, vagamente derivado da música negra, mas sem o tesão e os brios dela. Era como se o punk nunca tivesse existido. A fase da música popular brasileira mais tradicional também não era das mais atraentes: anos de feroz censura prévia haviam-lhe deixado a boca torta de tantas metáforas rebuscadas.

Então, no dia 1º de março de 1982, entrava no ar uma nova Rádio Fluminense FM, na versão “Maldita”. Bingo! Nada mais seria como antes. Transmitida a partir de Niterói, contando com um timaço de locutoras e um punhado de programas com grife, a rádio alinhou-se ao rock, que, àquela altura da ditadura, era duplamente rechaçado. Pelo governo, como foco de subversão. Pela oposição, como foco de alienação. Os militares, quem diria, estavam mais próximos da verdade. Rock não era coro de contentes.

A Fluminense FM, logo, se dedicou tanto ao rock internacional, que vivia um de seus momentos mais provocativos, quanto ao nacional, que afinal estava em vias de ser reconhecido como uma das inúmeras possibilidades de se fazer música brasileira. Sem a Maldita não haveria Paralamas, Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial, Kid Abelha, Blitz, Barão Vermelho, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM, Engenheiros do Hawaii... Ao menos não do modo que os conhecemos hoje. Sem a rádio, e sem sua parceria prática e espiritual com o Circo Voador, armado primeiramente no Arpoador e depois na Lapa, o BRock teria tido mais dificuldades para se afirmar na sensibilidade pátria.

A Onda maldita – Como nasceu e quem assassinou a Fluminense FM , que agora conquista uma nova e bem-vinda edição, é a história dessa aldeia de roqueiros irredutíveis contada por quem estava dentro da paliçada. O jornalista Luiz Antonio Mello formou, com o falecido Samuel Wainer Filho, a versão fluminense de Asterix e Obelix. Por isso, quando escreve sobre a Maldita, escreve sobre a própria vida, sobre as suas próprias vísceras, faz sua autobiografia precoce. Seu texto tem a ira apaixonada – ou vice-versa, a paixão irada – dos que estão seguros de sua missão: combater a guitarradas e baquetadas, os romanos certinhos do dial, os mauricinhos da música.


É sintomático que Luiz Antonio tenha permanecido à frente da Maldita até 1º de abril de 1985. Meses antes realizara-se o primeiro Rock in Rio, festival que, pelas dimensões, claramente amplificara e indiretamente homenageara a Fluminense FM. Foi ela que, de certa forma, escalou todas aquelas atrações que desfilaram por Jacarepaguá. No mês anterior, tomara posse o primeiro presidente civil depois de vinte e um anos de ditadura militar (certo, era o Sarney, só que era para ter sido o Tancredo Neves). É como se Luiz Antonio tivesse sentido que sua missão estava cumprida e ele pudesse apreciar os frutos do seu trabalho – mas não dormir sobre os louros da vitória.

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