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Um país entre as brochadas de Bolsonaro e Paulo Guedes e a determinação de Elisa Ventura

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O hiperrealismo costuma sussurrar que não dá para dizer para um chinês deixar de ser chinês. Quem nasce chinês, vai viver chinês e morrer chinês.

Inebriados pelo vapor lisérgico do excesso de otimismo, vulgo euforia ou surto quase psicótico, há quem acredite em sopros de mudança.

Que o mau caráter pode despertar digno, que o desprezível pode anoitecer respeitável, que o brocha da madrugada vira o metelão da manhã, que o Brasil se transforma em nação e o chinês em espanhol.

Semanada dura de antagonismos.

Tesões, êxtases, terrores servidos em conchas de feijão e em manchetes de jornal.

De um lado um ministro da economia que reclama mais do que todo mundo, diz que vai sair, diz que nada presta, diz que...sabe o que é?, quero perguntar ao Paulo Guedes o que ele pode fazer (sem reclamar) para cobrar a dívida de MEIO TRILHÃO DE REAIS que grandes corporações tem com o INSS.

Ou isso é outro mito?

Do outro lado, lá na ponta da realidade psicodélica aqui da Terra dos Papagaios, Elisa Ventura anuncia discretamente que vai inaugurar a sexta loja de sua rede de livraria Blooks, no dia 1 de julho, no Paço Imperial. Elisa Ventura trabalha pra cacete, rala, também sofre os desvarios do governo cujo ministro da economia, reclamão, esquece que é surreal ser empresário num país que chupa quase 40% do faturamento em impostos que vão e não voltam.
Mas ela insiste, numa espécie de remix do filho teu não foge à luta.

O ministro da economia? Parece que não. Logo, logo, deve cair fora porque o lupanar não pode ser comandado por puta cansada e muito menos mau humorada.
Espero que entendam que é uma metáfora, mas se não entenderem nada posso fazer a essa altura, 280 palavras já cuspidas no computador.

Hoje leio que o presidente Jânio Collor (é ironia, deboche, não levem ao pau da letra, por favor) chorou nas páginas da Veja e voltou a falar em conspirações (flash back das “forças ocultas” de Jânio?), que está cansado, que é muita pressão, que não dorme tomado de angústias, que a cadeira que senta no Planalto é criptonita...conheço esse roteiro que acaba em gritos de “não me deixem só!”, em rede nacional, a la Collor.

Bolsonaro também diz que os ministérios estão aparelhados pelo PT. Ora, Gafanhoto, o senhor não sabia? O PT, PC do B e parentes próximos ficaram trepados no poder13 anos. Se não tivessem, pelo menos, tomado todos os empregos de Brasília, além de venais e incompetentes entrariam para a história como imbecis.

Presidente, é claro que está tudo aparelhado. Sim, até o ministério da defesa está infestado de parasitas, mas é assim que funciona, sabia? O partido de quem chega ao poder emprega seus filiados e também agregados e não o oposto.

Usando o seu linguajar, nunca vi Batman dar emprego ao Coringa, Cara de Cavalo descabelar o palhaço em Branca de Neve.

Agora, o presidente continua em campanha pela desgraça maior (opinião não é palavrão) que seria a volta do PT e sua franquia quando, de novo, disse a Veja:

"Se alguém mexe com um filho seu, não interessa se ele está certo ou errado, você se preocupa".

Nunca vi alguém pedir um pé na bunda com tanta convicção.

Antagonismos.

Pero Vaz de Caminha foi o autor de um dos mais belos documentos escritos em língua portuguesa, a carta enviada ao rei D. Manuel I (1469-1521) para comunicar-lhe o descobrimento do Brasil.

Se ele fosse, eu teria inserido um P.S.

P.S. – Apesar de tudo Majestade, isso aqui não tem jeito não. Até o presidente acha que é ingovernável.





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