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Channel: Coluna do LAM
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A Luz

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O radicalismo faz parte da pós-adolescência imediata, quando queremos virar ônibus, tacar fogo no mundo, lutar contra a sociedade construída, contra o capital, contra o governo, contra a família, contra tudo. Depois, a maturidade chega, toca a campainha, entra, senta numa poltrona pede um café e convida a pós-adolescência a se retirar. Ela, a maturidade, irá morar conosco o resto dos dias, mas ouvindo o alarido da pós-adolescência do lado de fora.


O Brasil está envolto ´pelo radicalismo de tal forma que o ódio impera. Ou a pessoa é de direita ou de esquerda, exatamente como nos tempos de colégio, com uma drástica diferença: o maior e mais poderoso meio de comunicação da história da civilização, a internet, está amplificando e reverberando essa relação caótica entre as pessoas com milhares de giga tons de potência. Se você não quer confusão, a confusão entra no seu celular, tablet, computador. Pé na porta.

É muito negativismo, baixo astral, azedume. Concordo que o otimismo excessivo, modo Poliana de ser, representa uma cerca queda de asa em direção a alienação. Os tempos modernos exigem equilíbrio, lembrar que o Brasil não está em crise, ele é a crise, e do caos fez-se o Cosmo (Carl Gustav Jung).

Eu me recuso a pensar que não existe mais luz no fim do túnel, ou que a luz no fim do túnel é de um trem no sentido contrário. Eu me nego porque quis o destino que eu me apaixonasse por comunicação e informação desde garoto e por conta disso acabei fechando um pacto com os livros, jornais, revistas, internet, TV, rádio. E a história mostra que desde 1808 quando a Corte portuguesa fugiu de Portugal e se apossou do Rio só dá encrenca, protagonizada pela corrupção.

Como ioiô o Brasil já foi lá embaixo e voltou várias vezes, mas a luz do fim do túnel jamais apagou ou foi apagada. Crise com o fim da monarquia, crise com o começo da república, golpes de estado, tropas na rua, II Guerra, Getúlio se roçando em Hitler, Estado Novo, Jânio, renúncia, golpe em 64, turbo golpe em 68....blá blá blá.

Um dia pus no Facebook a linda foto que ilustra esse artigo, um túnel no final, túnel verde, de autor desconhecido, e algumas pessoas comentaram. Quis mostrar que não devemos nos render ao negativo, venha de onde vier, certos de que há conserto para tudo.

Sabem o Ted Turner, magnata que criou a CNN e um monte de outras TVs? Ele conta no livro biografia sobre a CNN que tinha um iate com bandeiras de todas as cores, menos a branca. “Branca é de rendição e eu não me rendo”, ele disse.  Eu também não.

Logo, não venham querer levar o nossa luz no fim do túnel, e muito menos o túnel que faz parte da vida. Dou a maior força aos conhecidos que fugiram para o exterior, estão no seu direito de ir para onde quiserem. Muita gente esculhamba mas eu defendo porque ninguém é obrigado a permanecer num lugar que faz mal. Agora, também acho ridículo quando eles ficam lá de fora dando pitacos nos problemas daqui. Ou está fora, ou está dentro. Uma vez fora, a peteca fica aqui. E a luz do fim do túnel também.



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