Preconceito e lenda quando se juntam explode tudo. Inventaram que o brasileiro não sabe votar porque em muitos cargos eletivos (todos?) há porcos e ratos em profusão. Uma verdadeira infestação. Inventaram que brasileiro não sabe votar porque parece que justifica a imundície, quando sabemos que é pura balela.
O brasileiro sabe votar, sim. Trabalhador, esperto, inteligente, inventor do mito internacional chamado jeitinho, o brasileiro vota em quem dá mais para o país, para o estado, para a cidade, e, em muitos casos, quem dá mais para ele. Muitos brasileiros vendem o seu voto. E daí? Só copiam o que veem na TV; políticos metendo a mão, indo em cana, para logo em seguida ganhar a liberdade graças a carcereiros de grife.
Existe um bando de medíocres que fede a intelectuais que atravanca a evolução do Brasil desde 1808. Esse bando é metido a corretinho cheio de regulamentos, ética de bordel, frases feitas. Como não produz nada (morcega em cargos púbicos) o bando de parasitas passa dias e noites policiando a vida alheia, checando quem agiu como xenófobo, hidrófobo, a bordo de uma soberba que garante o status de “camburões eleitorais”.
Imbecis, esquecem de olhar para a própria rosca e de tanto policiar, perseguir, ofender, julgar, condenar acabam dando uma eleição de presente para os Crivellas da vida porque em vez de divulgar seu candidato (também ameba, diga-se) gastaram toda a energia esculachando o bispo de merda. Quando o bispo de merda venceu, o bando repetiu o mantra “brasileiro não sabe votar”.
Há quem não saiba votar por causa desse bando que, fingimos que não sabemos, também vende votos na base da pressão, do terror. Muitos deles estão enrolados até o talo em caixa dois, corrupção, mas em bloco tentam desmoralizar o fato, taxando de golpe. O brasileiro que não sabe votar não entende quando vai preso por roubar uma galinha e o bando continua livre cacarejando na TV, depois de assaltar galinheiros inteiros. Indignada e calada a maioria silenciosa vai votar em quem der mais e ponto final. Ou então num conhecido, indicação de amigo, por aí vai.
Não existe pecado onde reina a esbórnia.