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Channel: Coluna do LAM
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Favor

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Pedir favor é um gesto considerado comum por muitos. Não digo maioria porque não tenho dados a respeito, mas muita gente pede carro emprestado, pede dinheiro, pede roupa, pede um copo d’água, enfim, pede tudo em nome do favor.

Quem me conhece (pouquíssimos) sabem que, por alguma razão que tenho preguiça de investigar, tenho fobia de pedir favor. Mesmo quando o linchamento existencial é forte e acabo indo parar nas cordas, como lutadores de box que precisam ganhar tempo, não peço favor.

Penso que o favor nos torna reféns de um enorme emaranhado de situações. Por menor que seja, por mais simples que aparente, por mais simbólico que se apresente, o favor sempre será negativamente lembrado por quem o concede; muitos deles (não todos) se acham arautos do bom mocismo, bons samaritanos e o escambau, quando na verdade são meros dândis tiradores de onda que se orgulham de contar para as suas rodinhas que ajudaram Fulano, Beltrano, Sicrano, etc., bem ao estilo “eu sou demais!”. Para eles o favor é poder.

Favor não tem nada a ver com solidariedade, essa essência mágica que ajuda sem mandar o garçom com a conta depois. Conheço gente solidaria e, modéstia ao mar, estou nesse rebanho. Gosto de ajudar, gosto de dar uma força, de transmitir algo que sei, de visitar alguém em situação difícil, da mesma forma que gosto de dar presentes. Mas tudo em absoluto e natural silêncio. Solidários não comentam, não inventam não fazem marola, não ostentam.

Em outro flanco, peço muitos favores a Deus. Muitos. Favores de todos os tipos porque em minhas Reuniões de Oração (há 33 anos) aprendi que Ele adora aos nossos fardos.

Peço a Ele de manhã, à tarde, à noite, enquanto durmo. Clamo o tempo todo porque perdi toda e qualquer cerimônia com Deus, com quem converso, compartilho, agradeço muito e me emociono. Deus me emociona muito.

Em suma, é isso.







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